Quem não gostaria de ter na garagem alguns dos modelos de carros clássicos que fizeram parte da vida de muitos brasileiros como Brasília, Del Rey, Fiat 147, Fusca, Gurgel, Opala ou outros que marcaram época? Pois prepare o seu coração, já que dos dias 14 a 16 de outubro acontece o 13º Encontro Pernambucano de Veículos Antigos, no Portal de Gravatá (mais informações 3446-1967).
Mas, o assunto hoje é manutenção. Encontrar peças e acessórios originais destes veículos da década de 1970, 1980 e 1990 pode ser uma missão difícil e cara. Dono de um Monza que foi produzido no ano de 1989, o técnico em radiologia Percílio Junior, tem o veículo há um ano e afirma ter uma certa dificuldade em manter o veículo. “Tenho muito zelo e carinho, mas isso não é suficiente para as peças não quebrarem. É uma dor de cabeça achar itens para as substituições”, confessa.
Por estar dentro deste universo, o coordenador técnico do Centro de Experimentação e Segurança Viária, Gerson Burin, reuniu dicas simples e práticas que podem ser adotadas para proteger não só o antigo, mas também o carro de uso diário (além, claro, do bolso do colecionador). “Quando falamos em reparação e manutenção o objetivo é garantir a segurança de todos no veículo e, ao mesmo tempo, evitar gastos indesejados”, comenta.
De acordo com o especialista, veículos que ficam muito tempo na garagem exigem do motorista uma percepção maior dos sinais que o veículo dá quando precisa de uma nova manutenção. “O importante é colocar o carro para andar com frequência, movimentar os fluidos, óleos e combustível para evitar o ressecamento de peças, mangueiras e até do sistema de freios e embreagem”, finaliza Burin.
Confira mais algumas dicas que podem ajudar a proteger a sua raridade na garagem:
- Motor – O óleo do motor é um item importante para a durabilidade e desempenho da mecânica. Se ficar muito tempo parado, acaba vencendo o seu prazo de validade e perde a sua característica de lubrificação. Por isso, o ideal é ligar o motor do veículo por 20 minutos a cada semana, evitando assim o total escoamento do óleo das partes mais altas do motor.
- Bateria – Mesmo com o carro parado, a bateria pode descarregar com o tempo, por conta dos itens elétricos como rádio, alarmes, relógios e até o painel que demandam uma quantidade mínima de energia. Portanto, desligar os cabos da bateria quando o veículo não for usado por mais de duas semanas pode gerar uma economia relativa para o bolso do motorista.
- Pintura – Lavar e encerar o carro regulamente é uma boa maneira de preservar a pintura. Outra dica é o uso de capas de proteção de qualidade. A capa também evita contato de dejetos de pássaros e frutas na carroceria do antigo. Manter o veículo na sombra é sempre bom para evitar o desgaste com os diferentes climas.
- Para-brisas – Lembre-se de trocar as palhetas do para-brisa, que devido à falta de uso tendem a ficar ressecadas. Além disso, preencher o reservatório do líquido de lavagem facilita a limpeza e evita riscos no vidro durante a utilização do limpador. O tempo de vida de uma palheta varia de 6 meses a um ano. O preço médio oscila entre R$ 20 e R$ 60 a depender da marca.
- Pneus – Deixar os pneus murchos pode acabar deformando a cinta de metal interna. Por isso é preciso mantê-los sempre cheios e calibrá-los. Em carros com pouco uso é recomendável ficar atento ao prazo de validade dos pneus (indicado na lateral da peça), que ficam ressecados e mais suscetíveis a danos em contato com o asfalto.
- Freios – Quando em circulação com o carro, o ideal é evitar deixá-lo no ponto morto na descida de ladeiras. Usar a mesma marcha que é utilizada nas subidas é o indicado. Além disso, é necessário verificar frequentemente o nível do fluído do freio. Também é bom não fazer freadas bruscas para preservar a boa condição das pastilhas.