A praticidade do motor flex é poder escolher a melhor combinação entre economia de combustível e desempenho para o veículo. No entanto, essa escolha pode trazer alguns malefícios que nem sempre são pesados na hora da decisão.
De acordo com o engenheiro químico Marteson Cristiano, os motores flex têm uma sonda lambda, que é responsável por identificar a proporção de oxigênio e combustível dentro do tanque. “Com essa identificação, o módulo da injeção faz as contas e injeta a quantidade necessária de combustível para que ocorra a combustão e o carro funcione. Tal processo é conhecido como relação estequiométrica”, afirma o especialista.
No entanto, a realidade dos postos de combustíveis é a venda de gasolina ou etanol adulterados, que faz com que o sistema que comporta o combustível seja comprometido e componentes do sistema de injeção eletrônica sejam afetados. “Exemplo disso é que o etanol adulterado consegue estragar os bicos injetores, as roscas das velas, a boia de combustível, a bomba e o filtro de combustível”, comenta. Já a gasolina consegue fazer um estrago ainda maior. “Os danos estão diretamente ligados aos retentores, anéis vedadores, boia do tanque e as velas”, ressalta.
Uma das formas de realizar o abastecimento e evitar demais prejuízos é mudar o tipo de combustível a cada quatro tanques. “Para alternar, encha o tanque, por exemplo, quatro vezes com gasolina e na quinta vez coloque etanol e repita o ciclo. As impurezas de um combustível ajudam a limpar os estragos feito pelo outro”, conclui.
O contador Márcio Dornelas consegue evitar prejuízos e administrar bem o tipo de combustível que entra no seu Hyundai HB20. É que ele troca o tipo de abastecimento a cada três meses. “Sei que uma bomba de combustível dura 60 mil quilômetros com gasolina e 20 mil quilômetros quando abastecido apenas com etanol. Então, a cada cinco mil quilômetros eu troco o tipo de combustível que entra no meu veículo e vou fazendo com que essa combinação não prejudique tanto os componentes”, declara.