O que um dia já foi encarado como um item de luxo preparado para carros de alta performance, destinados a campeonatos e atividades que estão à margem da lei, hoje é visto como uma alternativa mais econômica e ecológica. Apesar da diferença de preço, os motores turbo ultrapassam os aspirados em vantagens, mas ainda perdem na questão do preço. “O que torna o motor turbo mais caro são os componentes. Ele tem mais peças, como intercooler e turbina”, explica o gerente de pós-venda da Fiat Italiana, Carlos Alberto Monteiro. Logo, os turbinados podem chegar custar quase 50% a mais do que a versão “menos potente”. Mas, ainda assim, cerca de 40% das montadoras já oferecem alguns modelos com duas opções de propulsor.
Enquanto os turbos trabalham com explosão, gerando maior potência, os aspirados, como o próprio nome diz, precisam aspirar o ar para compor a combinação ar/combustível. Embora seja possível modificar a força do motor aspirado, com aumento de cilindrada, por exemplo, o desempenho de um turbo ainda não será o alcançado. Carlos Alberto compara a diferença de desempenhos. “Para se ter uma ideia, quando a Fórmula 1 começou a usar motores turbos na década de 1970, as equipes que aderiram usavam motor 1.5. Já os que não possuíam, competiam com o aspirado 5.0 para desenvolver de forma parecida e, ainda assim, os turbos andavam na frente. A vantagem definitivamente é a performance”, explica.
Já durabilidade dos propulsores turbo de fábrica pode ser similar à dos aspirados, conhecidos como motores mais resistentes. Depende do cuidado que você tem com o seu possante. A manutenção, como troca de óleo e revisão, é indispensável para prolongar a vida útil como qualquer peça de um automóvel. Mas fique atento a quem você entrega o seu carro e procure saber a procedência dos componentes. “As maiores dificuldades que você pode encontrar no turbo são os valores das peças e achar pessoas com habilidade para mexer. Não é qualquer um que conserta. É melhor procurar uma autorizada”, alerta Carlos Alberto.
Os motores preparados podem sim apresentar problemas com mais facilidade, uma vez que não foram produzidos para receber o esforço extra, além de oferecer possíveis contratempos. “Os instalados são mais sensíveis, tanto na parte mecânica quanto no desempenho. É arriscado, você pisa e já acelera. É bom para arrancadas, competições, mas para o dia a dia, pode ser perigoso”, complementa o gerente.