Se você gosta de carros, assuma que não tem como ver as fotos nesta página e não soltar um suspiro de admiração pelo visual do novo Fluence GT Line. O sedã médio da Renault encanta desde o primeiro olhar. O Fluence “normal” já é agradável de se ver na garagem, mas essa versão intermediária com apelo esportivo é cativante. A montadora adicionou um discreto spoiler traseiro, difusores na frente e atrás, além de grandes rodas de 17 polegadas. Pronto! Aí está a transformação de um três volumes comportado em um jovial carro de família.
Ao ler a introdução de nosso test drive, você pode estar se perguntando o porquê do título falar que o Fluence engana. Até agora, tudo o que se leu aqui foram elogios de uma pessoa encantado pelo carro. Pois bem, o capricho que a Renault teve com o visual, tanto do exterior como no interior do veículo, não foi repetido no que tem de mais importante em um automóvel: aquilo que está sob o capô.
Não faz muito tempo, cerca de três ou quatro anos, que a Renault Sport (braço esportivo e empolgante da marca francesa) trouxe para o Brasil o Fluence GT. Era o modelo topo de linha da família do sedã, com visual mais robusto que os “irmãos”, só que com uma agradável surpresa no conjunto mecânico. O modelo era puxado pelo potente motor 2.0 turbo de 180 cv, acoplado a um eficiente câmbio manual de seis velocidades.
Nosso contato com o Fluence GT foi curto, apenas alguns quilômetros rodados durante uma tarde pelo Recife há cerca de três anos. Mas isso foi suficiente para deixar gravado na memória uma ótima sensação ao dirigir. A Renault talvez tenha pecado pela antecipação de vender no Brasil um veículo familiar e “não premium” com motor turbinado. O que hoje está virando moda em vários segmentos - sedãs médios e compactos vêm aderindo ao auxílio da turbina - na época era visto como um luxo ou um mimo. Basta lembrar que o Jetta, da Volks, com motor 2.0 TSI, sempre figurou em um patamar acima do segmento e nunca disparou nas vendas. Tanto que agora o alemão ganhou motor 1.4 turbinado.
O que fica difícil de entender é por que, justamente agora que a “onda” turbo invadiu o Brasil, a Renault decidiu transformar a linha GT em GT Line e substituir o conjunto de 180 cv e câmbio manual para um aspirado de 2 litros acoplado a uma (chata) transmissão do tipo CVT.
Na Argentina, onde o Fluence é fabricado, a linha GT segue sendo oferecida (como GT2) com o motor turbinado que agora entrega 190 cv. O visual é o mesmo do nosso GT Line, só que com o “kit diversão” sob o capô.
Ficha Técnica
Renault Fluence
GT Line
- Motor: 2.0 16V flex
- Potência: 140/143 cv a 6.000 rpm
- Torque: 19,9/20,3 kgfm a 3.750 rpm
- Transmissão: automática do tipo CVT
- Tração: dianteira
- Direção: elétrica
- Pneus: 205/55
- Rodas: 17 polegadas
- Freios: quatro freios à disco
- Dimensões (mm):
- Comprimento 4.620
- Largura 1.810; altura 1.470 e entre-eixos 2.700
- Capacidades: Tanque 60 l Porta-malas 530 l
- Peso: 1.372 kg
Preço:
R$ 93.350
Ousado e comportado
Explicado porque o GT Line engana e encanta é hora de dizer o que achamos do carro depois de mais de 10 dias de teste na cidade e na estrada. É claro que um motor 2.0 turbo de 180 cv é imbatível. Mas é preciso dizer que o 2.0 flex de 143 cv não decepciona. O propulsor corresponde muito bem para o porte do carro e não é “beberrão”, consome conforme você pisa no acelerador.