Tem algo de diferente numa picape que vende quase o dobro de unidades do segundo lugar. A disparada da Fiat Strada entre as compactas é tamanha que fechou o último mês de fevereiro com 4.588 modelos comercializados, contra 2.927 da Volkswagen Saveiro e, mais distante ainda da Chevrolet Montana, com apenas 498. Experimentamos a Strada Adventure com motor 1.8 e-torq cabine estendida, mesmo o consumidor preferindo o habitáculo duplo que cabe quatro ocupantes.
O utilitário tem relativa capacidade de carga (685 kg) – Saveiro possui 710 kg e Montana 758 kg – e disposição extra no 1.8 e-torq de 130 cavalos. Há ainda duas outras opções de motor: 1.4 flex (cabine simples, estendida ou dupla) e 1.6 flex (apenas dupla).
A versão 2016/2016 está chegando às lojas e visualmente não mudou. A frente derivada do Palio mais “espichada” combina bem com os apliques de plásticos, enquanto a traseira elevada ficou charmosa. Os estribos laterais antiderrapantes facilitam o acesso e completam o estilo da picape.
O modelo testado é para trabalho, mas bem digno. Não dá para pensar num carro deste sem direção hidráulica e ar-condicionado (pelo menos no Nordeste brasileiro). A versão de R$ 62.700 vem com roda de liga leve aro 16’’ e pneus de uso misto e mimos como porta-óculos e rádio integrado. Adicionando o banco de couro e o sensor de estacionamento, pode acrescentar cerca de R$ 2.800.
O ponto forte é para o espaço interno e, na cabine estendida, pequenas cargas e bolsas viajam atrás dos bancos com folga. Corra da tentação de levar um passageiro na clandestinidade. No passado, bancos foram adaptados, mas se a sua ideia é levar amigos ou a família, opte pela cabine dupla e pague R$ 74.475, numa versão bem completa com bancos de couro e roda de liga leve.
Assim, a Strada conta ainda com uma “concorrente” dentro da própria marca, a nova Toro, que num patamar acima começa com preço de R$ 76.500.
A suspensão elevada garante o conforto e estabilidade na pista. Em tempos de discussões machismo x feminismo fica difícil definir se o carro é para homem ou mulher. Mas posso afirmar: a porta traseira não é nada confortável ou leve para o uso diário.
A Fiat precisa investir no motor para reduzir o consumo, já que geralmente é um veículo que sempre está carregado. Durante o teste, fez médias de 7 km/l na cidade com gasolina. Na estrada, a média sobe para 11,5 km/l. O câmbio manual não é dos melhores e o engate da ré está na hora de evoluir.
Quem gosta de personalizar o carro, a Fiat oferece mais de 60 acessórios da Mopar, como extensor de caçamba, central multimídia, alarme integrado, etc. A vantagem é que a capota marítima é de série e alivia o bolso do consumidor.
Dentro
Por dentro muita coisa mudou. O painel com o GPS integrado é bem interativo e tem até TV digital (a imagem só funciona com o carro parado). Só o volante que tem pouco ajuste. O ar-condicionado é um pouco barulhento e posicionado ainda embaixo, mas funciona bem.