Rio de Janeiro - O CEO da aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn, confirmou a produção do crossover Kicks na planta de Resende, no Rio de Janeiro, a mesma que faz o March e o sedã Versa. O executivo anunciou que a montadora buscará se posicionar entre as três maiores da América Latina, dizendo que o Brasil só voltará a respirar crescimento em 2018 e, como profeta da indústria, foi claro ao afirmar que 2016, mesmo com a Anfavea estimando retração de apenas 5%, o ano será ainda mais difícil.
Se o ritmo não será dos melhores, 2017 deverá ser parecido com o ano que começa e “se for do jeito que eles estão dizendo (Anfavea) será bom, mas acredito que não deve ser dessa forma”. O chefe da aliança também pontuou sobre as exportações da fábrica brasileira ratificando que exportará mais, leia-se March e Versa, para liberar a escala de produção do México, completamente tomada, e consequentemente atender a demanda de crescimento da América Latina e Estados Unidos.
“Somente o Brasil não irá crescer no período. Mas é preciso ter paciência porque o país continua sendo uma ponte estratégica para a marca”. Confiante, Ghosn entrou na coletiva da Nissan como The Flash e desapareceu como o Arqueiro, personagens da Marvel, depois de posar para a foto com a tocha olímpica.
Quanto ao Kicks, ele será global e vendido em quase todos os mercados de atuação da marca. O carro apareceu primeiro em outubro de 2014 como concept car, no Salão do Automóvel de São Paulo e, em junho do ano passado, no autoshow da Argentina.
Para produzir o veículo, a Nissan injetará R$ 750 milhões no complexo de Resende, inaugurado em 2014. O planejamento também inclui a contratação de 600 novos funcionários. A marca também confirmou que March e Versa passarão a ter opção de câmbio automático este ano.
SUV
A criação de 1.200 novos postos de emprego mostra que a perspectiva de crescimento de produtos, como SUVs e picapes, é certa. O Brasil surfa a onda do segmento. Exemplo das cadeias do EcoSport, Tucson, ix35, ASX, HR-V, Renegade e Peugeot 2008 e, logo em breve, Audi Q3 e Mercedes-Benz GLA. A Nissan reforçou o discurso de Carlos Ghosn quando ele lembrou a “invenção” do primeiro crossover em 2003, na estreia do Murano. De lá até hoje, o Juke, Qashqai, X-Trail e o não mencionado X-Terra, aposentado no Brasil e derivado da antiga Frontier. O Kicks, nas palavras de François Dossa, presidente da montadora no Brasil, nascerá em melhores condições de combate comparado a March e Versa.
Dossa confirmou índice de 74% de nacionalização, mas esqueceu de pontuar a planta de motores e o uso do propulsor 1.6 para o futuro SUV desenvolvido para começar sua trajetória no Brasil. Ah! Quanto ao lançamento, nada confirmado, mas a mostra oficial será nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, entre 5 e 21 de agosto. Especula-se que a previsão de venda seja logo em seguida, antes do Salão de São Paulo, que acontece de 10 a 20 de novembro.
Para mais informações e acompanhamento das novidades sobre o lançamento, a Nissan pôs no ar um hotsite para o Kicks, clique aqui e confira.