Estado de Minas AUTÔNOMO

Sem usar as mãos. Entenda como funcionam os carros autônomos

Veículos com inteligência artificial estão ganhando cada vez mais destaque no presente e promessas para o futuro


postado em 01/07/2019 18:03 / atualizado em 03/07/2019 19:18

Em 1986, no Instituto da Carnegie Mellon University (EUA), os carros que dirigem sozinhos deixaram de ser “coisa de filme” para se tornar realidade com a apresentação do NavLab 1, o primeiro veículo 100% autônomo da história. O projeto foi feito a partir de uma van da Chevrolet que foi modificada para equipar vários computadores e sensores de movimento, a velocidade máxima no entanto, era de apenas 32 km/h.

Model 3, o carro com modo autônomo da Tesla(foto: Tesla/Divulgacao)
Model 3, o carro com modo autônomo da Tesla (foto: Tesla/Divulgacao)

Atualmente várias empresas se interessam em investir na fabricação de veículos autônomos, os modelos deixaram de ser do tamanho de uma van e podem alcançar velocidades finais mais altas.

 Mas o que desperta muita curiosidade a respeito desses carros autônomos é a forma como eles funcionam, e tudo se resume a um sistema que possui um conjunto de sensores, câmeras e cálculos matemáticos além do uso de inteligência artificial.

Os sensores e as câmeras são utilizados para rastrear e identificar tudo que está ao redor do veículo, podendo até distinguir os objetos fixos dos móveis. O principal sensor é o Lidar, um laser que gira em 360º para fazer uma leitura em 3D do ambiente. Os sensores também podem detectar as faixas de sinalização, a distância de um outro veículo próximo, a localização e a cor de um semáforo e até as condições da pista, e a partir de todas essas informações a inteligência artificial pode utilizar o GPS e somar a tudo que adquiriu para trafegar por ruas ou rodovias e tomar todas as decisões necessárias para chegar ao destino com segurança. Todas as funções, decisões e reações são realizadas em milissegundos pelo computador, que permanece em funcionamento a todo instante.

Apesar de despertar bastante interesse nas pessoas, dificilmente teremos carros 100% autônomos à venda nas concessionárias em curto prazo. O mais provável é que esse tipo de veículo seja utilizado primeiro para serviços de entrega antes de transportar pessoas, recentemente a Domino´s, que possui a maior rede de entrega de pizzas do mundo, anunciou que vai iniciar testes de entrega de pizza autônoma até o final do ano. Além disso, postos de gasolina e oficinas ainda levarão algum tempo para se adaptarem a receber os autônomos, que também precisarão ser aprovados pela lei.

Em território nacional, a chegada dos autônomos é ainda mais incerta. A KPMG, uma das maiores empresas de auditoria, realizou um “Índice de Prontidão para o uso de veículos autônomos”, cujos critérios utilizados levam em conta as regulações para veículos autônomos, infraestrutura, tecnologia e aceitação do consumidor. Em um ranking composto de 25 países, o Brasil apareceu como o menos preparado para receber os carros. “Os brasileiros têm facilidade para adotar novas tecnologias, mas precisa melhorar nas regulamentações, inovação local e na qualidade das estradas para usufruir dos veículos autônomos”, afirmou Maurício Endo, sócio-líder de governo e infraestrutura da KPMG no Brasil.

Mas na prática como seria o uso dos autônomos na sociedade? Provavelmente seria uma alternativa parecida com a proposta atual dos carros elétricos que, apesar de ser uma opção sustentável, ainda não conquistou totalmente o mercado. Seria uma alternativa tentadora para empresários, que poderiam se desgastar menos e até descansar durante viagens ou a caminho do trabalho. Pessoas com alguma deficiência física também se beneficiaram, e poderiam usar um carro sem correr risco ou fazer muito esforço. Empresas de entrega ou transporte também poderiam oferecer a opção de chamar um veículo autônomo para realizar o serviço desejado, caberia então ao cliente escolher entre a comodidade e a segurança de uma máquina ou a experiência e adaptação do homem.

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