Não é novidade que o setor automotivo vem passando por grandes transformações. Muitas delas devem-se à evolução tecnológica atrelada às tendências do mercado, bem como inovações que surgem constantemente, entre outros motivos. A equipe Mangue Baja, projeto de extensão da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), segue esse fluxo. Completando 20 anos de atividade, o grupo, composto por 26 estudantes das engenharias e também design, projeta e desenvolve protótipos de estrutura tubular em aço, monopostos, para uso fora de estrada, com quatro rodas e motor padrão de 10 HP, além de sistemas de suspensão, transmissão, freios e o próprio chassi.
Desde o início das atividades, 45 protótipos já foram desenvolvidos. De acordo com o líder da equipe, Diogo Henrique, o projeto é dividido em fabricação, montagem e relatório de apresentação. “Trabalhamos o máximo que podemos nos veículos, sem alterar as normas estabelecidas nas competições. Desenvolvemos o projeto teórico e, além disso, tratamos dos componentes para serem divulgados afora”, completa.
A escolha do design dos veículos segue as normas estabelecidas na Sociedade de Engenheiros Automotivos (SAE). “Na arte fazemos desenhos que remetem à cultura regional a fim de valorizar a cultura local”, diz Diogo.
Esse ano, durante um evento do segmento, o grupo revelou projetos de inovações na área mecânica. Trata-se de um novo sistema de freio, com distribuição de força para os eixos de forma mais eficaz. “Com isso, conseguimos fazer uma regulagem dos freios via Balance-bar e distribuir a força tanto para o sistema dianteiro quanto para o traseiro separadamente, independente do tipo de terreno em que o veículo transita”, explica o líder.
Sem fins lucrativos, o projeto se mantém com o incentivo da reitoria da UFPE e com o patrocínio de empresas interessadas em promover o desenvolvimento acadêmico dos participantes que têm, nesta competição, a oportunidade de interagir com estudantes de todo o país e desenvolver a capacidade de trabalhar em equipe, além do alto grau de conhecimento técnico obtido. Para o gestor de pessoas, Gabriel Santiago, o projeto é mais que uma simples extensão acadêmica. “Além de proporcionar o conhecimento técnico, o caráter profissional também é algo que se leva para toda a vida. Precisamos lidar com várias cabeças, vários perfis. Não há experiência melhor”, conclui.