A Nissan anunciou nos últimos dias algumas novidades que podem alavancar a corrida dos carros autônomos no mundo. Isso porque a montadora trará o Leaf para o mercado latino americano no próximo ano. Hatch já é comercializado em alguns países da Europa e da Ásia e tem o título de líder de vendas no segmento dos elétricos. Além disso, tecnologias estão sendo desenvolvidas para aprimoramento de um futuro carro autônomo da montadora no mundo. Mas ainda não há prazos para implantação e comercialização.
O Leaf deve alavancar o segmento dos veículos elétricos. Pelo menos no mercado dos países como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Uruguai e Porto Rico, onde ele já está confirmado para iniciar as vendas no próximo ano. No Brasil, o automóvel será o único hatch comercializado totalmente elétrico e que comporta cinco pessoas. A expectativa é grande, visto que o veículo é líder em vendas no segmento em todos os mercados que é vendido até hoje. Mundialmente, a Nissan vendeu mais de 300 mil unidades do Leaf desde que o modelo foi lançado pela primeira vez, em 2010. O grande desafio fica em torno da disseminação dos pontos de recarga da bateria. No entanto, de acordo com o Presidente da Nissan no Brasil, Marco Silva, a atual autonomia na casa dos 400 km do Leaf faz com que esse problema não seja um agravante na hora da escolha da compra. "Estamos trabalhando com as empresas distribuidoras de energia e de combustíveis para implementar pontos de recarga em qualquer lugar. Inclusive, em alguns governos locais, já está sendo pedido que os empreendimentos instalem esses pontos", afirma.
No Japão, o carro é comercializado com alguns sistemas de condução autônoma que só atraem o interesse daqueles que visam um futuro longe de idas constantes a postos de combustíveis. Exemplo disso são os sistemas ProPILOT, que mantém o carro na faixa de rolamento e na distância de segurança para o veículo da frente, o ProPILOT Park, que permite o carro estacionar sem a necessidade do motorista manobrar e o e-Pedal (pedal inteligente), que deixa o condutor dirigir com um só pedal. O simpático elétrico chega para mostrar que a montadora é, hoje, uma referência em tecnologia. “O Leaf não será fabricado aqui. Mas é um carro de padrão internacional e abre a janela de desenvolvimento para o país”, completa o presidente da montadora no país Marco Silva.
O carro deve fazer o debute no Salão do Automóvel de São Paulo no fim do ano e alguma noção de início das vendas e valores devem surgir no período. Mas, para o presidente da marca, um dos impeditivos do valor do carro ser popular é a taxa de IPI do país. "Atualmente, é cobrado 25% de imposto em cima de um carro com motor elétrico. Enquanto um veículo 1.0 de propulsão a gasolina tem a taxa em 7%. Acreditamos que esses números precisam ser corrigidos para que o carro elétrico seja viável para toda a sociedade", pontua.
Por enquanto, sabe-se que o hatch tem potência de saída de 110 kW (150 cv) o que significa 38% a mais que o Leaf da geração anterior. Só é necessário colocar o carro na tomada a noite, por oito horas, que pela manhã ele já estará disposto para percorrer 241 km, se a bateria for de 40 kWh, ou de 378 km com a bateria de 60kWh.
Nos Estados Unidos, o Leaf tem preço de tabela partindo de US$ 29.990, cerca de R$ 97,5 mil, em conversão direta. Mas para o Brasil ainda não há margem de valor estabelecido.
Além do Leaf, a montadora pretende mostrar em 2018 resultados de investimentos no IMx, X-Motion e IMx Kuro.
Outras novidades
A Nissan também anunciou os resultados de uma pesquisa realizada pela empresa C230, braço de consultoria da Fundação Think Tank IDEA, que mostra que 8 em cada 10 latino-americanos estão dispostos a comprar um veículo elétrico. Dessa forma, a Nissan está investindo em projetos que se aproximam da realidade de carros autônomos. Trata-se do Intelligent Driving, Power e Integration.
Os três ramos de pesquisa giram em torno de segurança, conforto e conectividade, passando por inteligência artificial para os carros a compartilhamento de veículos. Além disso, os projetos se integram e formam outras diretrizes de pesquisas que revelam novidades para a caminhada dos elétricos. O propulsor E-Power é exemplo disso. Realidade no Japão, o motor faz parte do simpático Nissan Note e pode ser definido como uma engenharia de um motor 1.2 a gasolina que utiliza o combustível apenas para carregar a bateria do motor elétrico. Esse sistema pode inovar de vez o mercado dos veículos latino-americanos. "A tecnologia do E-Power fez o Nissan Note ser o mais vendido no Japão. A gente vê um potencial para esse sistema no Brasil. Mas ainda estamos vendo se é viável, não há prazos para a vinda dessa realidade", conclui Marco Silva.