São Paulo - Amarok V6 3.0 de 225 cavalos de potência e 0 a 100 Km/h em 8 segundos. E aí? O que dizer? Como não respeitar o conjunto mecânico a óleo que tem um overboost para ultrapassagens de mais 20 cavalos levando o utilitário aos 245 cv com faixa de 550 Nm de torque entre 1.500 e 2.500 giros.
Um prazer de direção que vai entrar na mira de troca de centenas de picapeiros pelo país. A picape média da Volks preza pela força e pelo conforto com acabamento em couro para os assentos (de ajuste elétrico) e volante, transmissão automática de oito velocidades e multimídia com navegação e central moderninha com apelo para os aplicativos da moda.
Na estrada você se diverte porque a Amarok vira um monstro se estiver “nervosa”. Anda muito e recupera o prazer de conduzir um veículo grande nada molenga lembrando que a direção pode ser ajustada em profundidade e altura. A fúria nasce embaixo do capô e trabalha de forma silenciosa, sem vibração na cabine, baixo ruído e discreta.
Para identificar as diferenças externas você tem que olhar do lado de fora para o V6 estampado na grade, observar a tampa dos retrovisores externos e, na caçamba a repetição do logo dos seis cilindros mais o indicador da tração permanente nas quatro rodas 4Motion.
A tração trabalha em perfeita parceria com o sistema de suspensão e amortecimento. Testei de todas as maneiras no off road. Fiz rampa, caixa de ovos, trecho de pedras, descida lateral e frenagem na areia com o pé embaixo. A frenagem na dianteira tem discos de 332 mm de diâmetro e são duplos ventilados. Nas rodas de trás, os discos contam com cobertura de proteção para o uso do 4x4 mais severo. A rodagem de série é aro 18 e o opcional recomendado para troca pelas rodas de 19 polegadas sair por R$ 2730. Fica elegante e faço a sugestão.
Visualmente, destaque para a assinatura em LED dos faróis de xênon na alta e baixa e nas lanternas uma ligeira refinada que já fazia parte da picape. A Volks afirmou o seguinte: desde 2010 já vendeu 130 mil unidades e agora parte para avançar bem mais.
Concorrência
Os preços das topos da gama ficaram parecidos e a clareza do consumidor vai colocar na mesa os modelos e enxergar, por exemplo, a S10 High Country (2.8 turbodiesel) de 200 cv por 185.990 e a Toyota Hilux SRX (2.7 turbodiesel com 177 cv) por R$ 193.270. Ranger, L200 e Frontier também terão um desafio maior pela frente que será rever preço e custo-beneficio para encarar melhor o jogo das caçambas. A Mercedes-Benz, provavelmente, no fim do ano, deverá começar a pré-venda da Classe X com a opção de motor V6 e 258 cv de potência.
O diesel
Na Europa, o mundo de lá luta contra o óleo combustível e os fabricantes anunciam prazos para encerrar as vendas de veículos com esse tipo de propulsor. Por aqui, a história é outra, as montadoras não vão abrir mão do mercado alimentado por um consumidor que está longe de enxergar um “resultado limpo”. O brasileiro faz conta e, em parte, tem razão, afinal o incentivo para mudança de hábito é zero por parte do governo. Isso sem contar na construção da história que se repete: se é diesel, o valor de revenda é outro, diz a maioria...