Algumas montadoras escolheram não ir para Frankfurt

Para muitos, os Salões de Automóveis costumam ser eventos importantes, servindo como uma grande vitrine do futuro automotivo no mundo. Porém, para algumas marcas essa realidade não compete. Neste mês, acontece o maior Salão do mundo, o de Frankfurt, na Alemanha. Com ele, irão surgir maiores debates a respeito do destaque desses eventos.

O Salão de Frankfurt já está sendo um marco antes mesmo de acontecer. Diversos fabricantes importantes para o mercado europeu não estarão nesta edição, isso mostra que existe uma mudança no pensamento dessas montadoras que, somadas, representam 20% das vendas na Europa. Este ano, nove marcas importantes desistiram do Salão: Fiat, Mitisubishi, Nissan, Peugeot, Volvo, DS, Infiniti, Alfa Romeo e Jeep. Algumas até com lançamentos que merecem destaque, como é o caso do XC40 da Volvo, seu crossover de entrada. O Nissan Leaf renovado, que também era bastante esperado, não aparecerá em Frankfurt.

Os Salões da Alemanha e França acontecem sempre no segundo semestre e se alternam a cada ano. O de Genebra é celebrado no início de todo ano. Muitas marcas usam a estratégia de exibir seus modelos apenas no primeiro semestre, deixando de lado os outros eventos.

Alguns executivos defendem a bandeira de que Genebra é mais democrático, como é o caso do chefe de vendas e marketing da Ford da Europa, Roelant de Waard. A organização do Salão da Suíça restringe o orçamento de cada empresa por estande, dessa forma evita que alguma marca se sobreponha visualmente a outra, sem falar que, em Genebra, não há preferência por marcas locais, todas são bem-vindas.

A ausência das montadoras no Salão de Frankfurt pode ser justificada, também, pelo investimento em eventos próprios. Isso leva as montadoras a receberem atenção especial do público, sem precisar concorrer com outras marcas, como em um Salão.

Uma reclamação frequente das fabricantes é o excesso de lançamentos simultâneos que acontecem nos salões, diminuindo, assim, o destaque individual de cada modelo. “São tantas marcas, com tanto conteúdo, que isso viola a primeira regra da comunicação: seja focado”, aponta Roelant de Waard.