O dia 2 de setembro pode parecer um dia comum. Mas nessa data, em 1957, a primeira Kombi foi produzida na planta da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP). Foi o início do legado do veículo. Se a montadora esperava a total consagração do utilitário no mercado, nunca saberemos, mas o fato é que mesmo depois de seis décadas, mais de 31 mil Kombis circulam atualmente em Pernambuco.
A aniversariante deu adeus à linha de produção em 2013 com a versão Last Edition, que chegou a ser vendida por até R$ 85 mil. O Brasil foi o último país a fabricar o carro. O modelo é considerado o precursor das vans de passageiros e cargas.
Sua motorização merece destaque. Durante 50 anos, o motor que equipou o veículo no Brasil foi o tradicional boxer com refrigeração a ar, simples e resistente. O interessante do modelo é que, por várias vezes, a durabilidade do propulsor superava em muito todos os outros componentes do carro. Por isso, não é difícil encontrar pelas ruas do Brasil Kombis com a lataria um tanto quanto desgastada, porém com o motor funcionando perfeitamente.
O comerciante e também amante de carros antigos, Antonio Bezerra, lembra que a Kombi é um veículo fundamental para quem trabalha no ramo. “É um auxílio no transporte. O mercado certamente está sentindo falta de veículos como esse”, afirma.
O fim da linha de produção, no entanto, não está diretamente ligado ao fim da vida do utilitário. Exemplo disso é que o advogado Felipe Ferrer comprou em 2012 uma Kombi produzida em 1975. “Assim que comprei, investi cerca de R$ 40 mil para restaurar esse carango e isso levou um ano. Então, de 2013 para cá só desfilo com ela”, afirma. Felipe modificou desde a cor, que originalmente era azul, até o motor. “Eu troquei quase todos os itens. Agora, por exemplo, o motor dela é um 1.8, o original era um 1.5”, comenta. O uso do utilitário nas mãos de Ferrer é, sobretudo, para viagens e participações de eventos de carros antigos. “Minha relação com essa Kombi é um caso de amor que merece - e muito - exibições”, completa.