Estado de Minas MERCADO

Híbridos e elétricos atualmente vendidos no Brasil

São poucas as montadoras que investem nos automóveis "verdes" para o mercado nacional. Causa pode ser a baixa em incentivos governamentais


postado em 29/08/2017 15:56 / atualizado em 30/08/2017 13:21

A tendência para os carros que são isentos da emissão de combustíveis é crescente no mundo. No Brasil, o projeto ainda engatinha. Isso porque a diferença entre o território tupiniquim e o Velho Continente, por exemplo, é notória quando o olhar é direcionado para países como Inglaterra, onde existem políticas públicas que incentivam o fim dos automóveis movidos a gasolina ou diesel até 2050. Para a França, esse prazo é para dez anos antes. Na Alemanha, cidades como Munique e Stuttgart já sinalizam para a exclusão dos carros a óleo. Medidas que foram propostas pelos próprios ministros e parlamentos dos países. Em tempo, o projeto do continente é de que, até 2035, para cada grama de carbono emitida, a mesma quantidade deverá ser retirada da atmosfera e a aposta em veículos híbridos e elétricos, os não poluentes, é o único caminho considerando a indústria automotiva. Enquanto isso, no Brasil, os automóveis alimentados por diesel são venerados por oferecerem melhor rentabilidade na negociação do seminovo e geram economia para quem vive na estrada. Altos custos para manutenção, peças e até inexistência de pontos para carregamento compõem a realidade por aqui. O que fica diretamente ligado aos exorbitantes valores de comercialização dos veículos “ecologicamente corretos”. É a lei da oferta e procura. No entanto, algumas montadoras ainda conseguem incentivar e relutar na causa para um Brasil mais verde. Vale entender um pouco mais dos veículos que atualmente são vendidos por aqui e que são a utopia de um mundo mais “eficiente”.

Nissan chegou a entregar algumas unidades do Leaf para taxistas do Rio de Janeiro(foto: SAUL LOEB)
Nissan chegou a entregar algumas unidades do Leaf para taxistas do Rio de Janeiro (foto: SAUL LOEB)

Nissan Leaf e Renault Twizy e Zoe
As duas montadoras foram umas das pioneiras dos híbridos e elétricos no Brasil. Chegaram até a entregar unidades do Leaf para taxistas do Rio de Janeiro e dos franceses para a prefeitura de Curitiba. No entanto, pela falta de incentivos públicos, os planos das marcas foram modificados e os veículos não são comercializados hoje no Brasil.


Prius tem autonomia de até 800 km e é vendido por R$ 126 mil(foto: Toyota / Divulgação)
Prius tem autonomia de até 800 km e é vendido por R$ 126 mil (foto: Toyota / Divulgação)

Toyota Prius
Alguém, além da repórter que vos escreve, já se espantou ao ver viaturas da Polícia Militar de Pernambuco rodando pelo Recife com um Toyota Prius? Pois é, a novidade está nas ruas da cidade há alguns meses. A Toyota e o Governo do Estado não confirmaram nenhum incentivo para a aceitação do veículo no mercado pernambucano. Mas o fato é que o carro é um verdadeiro “ímã do olhar”. O visual é ímpar. A potência acompanha. O sistema de propulsão duplamente alimentado por gasolina e energia elétrica não deixa muita brecha para críticas. Isso porque o carro começa a andar com o auxílio exclusivo do motor elétrico até chegar aos 50 km/h. Somente a partir daí o motor 1.8 VVT-i a gasolina de 98 cv e 14,2 kgfm passa a trabalhar em conjunto. É fácil rodar mais de 800 km com o pequeno tanque de 43 litros até mesmo na cidade. O veículo começou a ser vendido no Brasil em 2013 e de janeiro a julho desse ano já foram vendidas 1053 unidades. É o híbrido mais vendido do Brasil. O precito seleciona o consumidor do Prius, já que fica na casa dos R$ 126 mil.

 

CT 200 H parte dos R$ 135 mil e tem consumo na casa dos 20 km/l(foto: Toyota / Divulgação)
CT 200 H parte dos R$ 135 mil e tem consumo na casa dos 20 km/l (foto: Toyota / Divulgação)
 

Lexus CT 200 H

O valor de comercialização do Prius não é muito distante do primo de terceiro grau CT 200 H da Lexus. A marca, que faz parte do grupo de luxo da Toyota, vende o híbrido partindo de R$ 135 mil. É o preço da tecnologia. Já que estamos falando de um carro com visual invocado, de porte avantajado, pegada esportiva e que consome combustível como se fosse um “popular” puxado por motor de mil cilindradas. O hatch da Lexus tem quatro modos de condução: Normal, Eco, Sport e EV. Nos três primeiros, há uma harmonia “sinfônica” entre os dois motores. No Eco, há uma tendência de maior uso do propulsor elétrico. O motor 1.8 é acionado se você precisar de mais potência. Consumo fica perto de 20 km/l, o que é incrível para um carro deste porte. No primeiro semestre de 2017, o CT 200H emplacou 72 unidades no Brasil.


Fusion na versão híbrida é o carro oficial do Presidente da República do Brasil(foto: Ford / Divulgação)
Fusion na versão híbrida é o carro oficial do Presidente da República do Brasil (foto: Ford / Divulgação)

Ford Fusion
A mais recente versão híbrida do Fusion foi lançada em outubro do ano passado. O sedã conta com motores elétrico e a gasolina, que funcionam simultaneamente, conforme a velocidade. O propulsor a combustão é um 2.0 Atkinson a gasolina com a potência de 143 cavalos. A transmissão continuamente variável e-CVT faz o gerenciamento dos dois motores, que têm potência combinada de 190 cv. O consumo do modelo é de praticamente de carro popular: 16,8 km/l na cidade e 15,1 km/l na estrada, segundo dados da montadora. O carro era o mais econômico do país até a chegada do Toyota Prius híbrido (18,9 km/l).  O Fusion Hybrid 2017 tem preço inicial de R$ 159.500 e de janeiro a julho desse ano já foram vendidas 188 unidades.

 

i8 representa um outro patamar de veículos no Brasil(foto: SAUL LOEB)
i8 representa um outro patamar de veículos no Brasil (foto: SAUL LOEB)
 

BMW i8 e  i3
A BMW esbanja veículos sustentáveis. Isso porque a gama da montadora é composto por dois automóveis que estão no lado ecológico da força. No entanto, a grande questão está nos preços desses carros. O i8, por exemplo, é um superesportivo híbrido que conta com um 1.5 turbo de três cilindros e um elétrico de 131 cavalos e é vendido por cerca de R$ 800 mil.

 

i3 é o único totalmente elétrico atualmente vendido no país(foto: BMW / Divulgação)
i3 é o único totalmente elétrico atualmente vendido no país (foto: BMW / Divulgação)

Já o i3 é o único do Brasil totalmente elétrico e é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 7 segundos. A versão vendida por aqui fica na casa dos R$ 170 mil e a montadora alemã garante que a autonomia do veículo fica na casa dos 300 km.

 

Cayenne E-Hybrid combina um V6 3.0 turbo de 333 cv com um elétrico de 95 cv(foto: Jorge Moraes / DP)
Cayenne E-Hybrid combina um V6 3.0 turbo de 333 cv com um elétrico de 95 cv (foto: Jorge Moraes / DP)
 

Porsche Cayenne S E Hybrid 
O SUV alemão de R$ 445 mil (preço do Brasil) na versão híbrida é o melhor da linha Cayenne. Fácil de ser dominado. Quando o olhar mira na economia, então, não há o que reclamar. É possível fazer uma média de 27 km/l. O E-Hybrid combina um V6 3.0 turbo de 333 cv com um elétrico de 95 cv. Os dois motores entregam unidos 416 cv e 60,2 mkgf. Em arrancada, vai de 0 aos 100 Km/h em seis segundos. A suspensão combina com o modo de escolha de condução: sport, eco ou conforto.  E para carregar o jipão esportivo? O carro pode acompanhar um kit, minicentral de abastecimento de 7,2 KW,  que permite a recarga ser de apenas 1h. Você pode plugar em uma tomada doméstica de 110V ou 220V. Aconteceram 56 emplacamentos do modelo entre janeiro e julho desse ano. 

 

 

 

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