Estado de Minas MANUTENÇÃO

Garimpo para os antigos

A reutilização de peças é uma prática que oferece economia aos motoristas e gera lucro para os donos de "ferro-velho%u201D


postado em 27/03/2017 09:40

Colecionador de carros antigos, Leopoldo Soares usa seu tempo para trocar peças dos seus xodós(foto: Gabriel Alves/Divulgação)
Colecionador de carros antigos, Leopoldo Soares usa seu tempo para trocar peças dos seus xodós (foto: Gabriel Alves/Divulgação)
Desmontar um veículo que já alcançou seu tempo de vida útil como se fosse uma brincadeira ou apenas comprar carros em leilões como gente grande. Essa é uma prática presente no dia a dia dos donos de veículos antigos, seminovos e proprietários de ferro-velho.  Inclusive, reutilizar os pequenos objetos que dão vida aos carros tem virado tedência no Brasil desde 2014, quando a lei do desmanche foi regulamentada no país.
Apaixonado por carros antigos, formado em administração e, atualmente, desempregado, Leopoldo Soares, 34 anos, utiliza seu tempo para trocar as peças dos seus “xodós” e dos amigos. “É como se eu salvasse a peça. Faço todo processo de restaurar algumas partes do carro e deixo tudo montadinho”, conta. Dono de um Opala, um Chevette e uma caminhonete, o apreço pelas peças é tão grande que Leopoldo não mede esforços para conseguir uma parte específica do veículo e ainda dá dicas de como garantir o melhor preço. “Estou consertando três carros de amigos e um deles é uma caminhonete F100 que tive a missão de trocar a grade dianteira. Pesquisei o preço na internet e saí procurando ferros velhos que vendessem mais barato. De R$ 700 a unidade, achei por R$ 30. O segredo é pesquisar”, conclui.
Já o estudante de contabilidade e empreendedor Frederico Hazin é dono de um Fox há quatro meses e precisou fazer alguns reparos na parte interna do carro. “Precisava trocar o forro da porta, mas eu só encontrava o conjunto por R$ 1 mil e esse valor estava muito alto para mim. Quando fui ao ferro-velho, encontrei os dois forros por R$ 200”, conta. Para Hazin, a opção por peças usadas começou depois de observar os objetos nos desmanches. “Além das peças estarem em ótimo estado, a pessoa ainda tem uma economia de até 80%”, completa.
Genis Barbosa aposta no negócio de revenda de peças usadas que herdou do pai(foto: Peu Ricardo/Esp. DP)
Genis Barbosa aposta no negócio de revenda de peças usadas que herdou do pai (foto: Peu Ricardo/Esp. DP)
Genis Barbosa, mais conhecido como Junior Bola, seguiu o empreendimento de seu pai. Durante 15 anos trabalhando na empresa que lida com ferro-velho, Junior decidiu abrir seu próprio negócio. “Peguei toda a orientação do meu pai, como comprar os veículos no leilão, quais os riscos e onde encontrar os carros, que é o mais importante”, conta. O empresário atenta à importância da nota fiscal na hora investir nos carros usados e também no momento do repasse. “Vou para leilões a cada três meses para suprir a minha demanda, mas sempre vejo se aquele veículo está regularizado com o Detran, porque só posso utilizar as peças dos carros já autorizados”, afirma Junior.

De olho de lei
De acordo com a regulamentação do Contran, as empresas que realizam a
desmontagem têm um prazo para registrar os veículos que têm condições de circulação. Isto é, independente de algum acidente, furto ou situação específica, os veículos são analisados e liberados pelo Detran. Os únicos automóveis impedidos de serem reutilizados são aqueles encaminhados para a sucata. Para evitar dor de cabeça, é importante saber a origem de cada peça.

 

 

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