Vivendo uma paixão junto com a família desde criança, João Eurico Neto, 20 anos, cresceu encantado por carros antigos. Os mais clássicos sempre foram um dos maiores amores do seu avô Francisco, mais conhecido como Tito, que ensinou para todos da família a admiração pelos possantes de décadas passadas. Aos 78 anos, seu avô Tito continua sendo a maior referência para João, que segue cultivando a adoração pelos carangos mais velhos. Para os dois, dedicação e carinho pelo universo automotivo nunca são demais.
Ansioso para ter o próprio carro antigo, Neto conquistou o seu primeiro veículo aos 18 anos, assim que tirou a carteira. “Eu fui a uma oficina, vi um Opala Comodoro 1989 e fiquei namorando. Até que em outro dia, precisei pegar o meu carro lá e descobri que o Opala estava à venda. Negociei e comprei. Na minha casa todo mundo adorou”.
A paixão é tão grande que ter algumas relíquias em casa não é suficiente. Hoje João organiza com alguns amigos um clube, o Rota 232 Auto Clássicos, para reunir os apaixonados pelo mais antigos. “O grupo é bem simples, não é preciso ter carro para participar, só é necessário amar. Nos reunimos às quintas-feiras, em vários pontos da cidade, e também realizamos encontros”, explica João, que possui uma página no Facebook.
A dificuldade em encontrar oficinas especializadas faz com que a relação entre carro e dono se torne ainda mais íntima. “É mais fácil mexer na mecânica desses carros, mais simples que os novos. O contato é legal, é importante você conhecer o seu carro”, sugere.
Esses cuidados, mesmo que simples, são importantes. Até o local escolhido para estacionar um antigo precisa ser bem escolhido e, de preferência, coberto. Uma dica do colecionador é limpar o carro com frequência e sempre dar uma ligada no motor. “Mas é bom deixar o carro sempre guardado para evitar até possíveis batidas. É muito complicado encontrar peças originais, então é melhor conservá-lo”, complementa Neto.