Começo este teste confessando minha atração pela proposta do Honda Fit. Um carro urbano, com espaço interno considerável e disposição responsável na pista. Esse monovolume japonês entra no rol dos hatches compactos mais charmosos, com um porta-malas eficiente e espaço extra embaixo dos bancos. Mas, com crise ou não, os preços subiram absurdamente.
No lançamento, em junho do ano passado, o modelo testado EXL custava R$ 68.900. Pouco mais de um ano depois, o valor desse mesmo carro passou a R$ 78.690, uma diferença de quase R$ 10 mil. Mesmo assim, as lojas da montadora colecionam fila de consumidores. Qual o segredo do Fit?
Do jovem à mãe de família, o carro tem um DNA que agrada os gostos mais ecléticos. Dá para levar a prancha de surf no capô, o skate ou long dentro dele, além de mais de uma mala grande. Você deve estar se perguntando: o espaço interno é a única vantagem? Não. Os carros da Honda demoram a passar por atualização, o que é torna perfeito para o condutor que pretende ficar mais tempo com o modelo.
O velho motor 1.5 i-Vtec flex tem bons números: 115 cv a 6.000 rpm (gasolina). O torque 15.2 kgf.m a 4.800 rpm permite arrancadas satisfatórias para o porte do carro. Pisando com força e nos giros altos até possibilita alguma emoção ao condutor, mas bem longe de ter uma pegada esportiva.
É verdade que o Fit precisou ceder alguns clientes para o utilitário HR-V, seu irmão maior, o que inclusive obrigou a montadora a redistribuir a sua produção na fábrica de Sumaré. Porém, graças à sua estabilidade nas curvas e o conforto a bordo, o modelo avaliado ainda coleciona consumidores.
Por dentro
Seu interior não é muito sofisticado, mas a central multimídia com tela LCD de cinco polegadas com CD, rádio, USB, bluetooth e câmera de ré, agrada. A Honda poderia ter investido num GPS e também no acabamento interno. É bonito, mas simples para ser um carro deste patamar de preço. Pelo menos os bancos são em couro.
A Fit tem câmera de ré, central multimídia com bluetooth com tela de cinco polegadas, além de porta-objetos bem posicionados, o que deixa claro sua vocação feminina (apesar que esta versão e cor chamaram a atenção dos homens!).
Gostei da interatividade Aprovamos a transmissão CVT, que garantiu uma melhora da eficiência energética, mas deixou o carro mais calmo. Seu consumo oscilou entre 12,5 km/l (gasolina/cidade) e 14,2 km/ (gasolina/estrada). Com certeza, quem paga pelo Fit, quer levar para casa a credibilidade da Honda, muito mais do que design e desempenho.