São Paulo - Final dos 100 metros na categoria SUV compactos flex e na pista está o favorito HR-V. Nas raias ao lado, o Renegade e o Peugeot 2008. Por fora, o novato Kicks, mais jovem e cheio de tecnologia. Diante da prova, qual seria o resultado do pódio? Aposte no Nissan em primeiro. A montadora fez quase tudo certo no crossover 4x2. O modelo SL, importado do México por R$ 89,9 mil, começa a ser distribuído no dia da abertura dos Jogos Olímpicos do Rio, 5 de agosto. As versões nacionais, feitas em Resende (RJ), mais em conta, só a partir do próximo ano.
Existe força além do design do Kicks? Você que me pergunta nas redes sociais se o motor 1.6 de 114 cv e 15,5 Kgfm de torque com o câmbio automático CVT é suficiente, respondo que não. É eficiente e econômico: média de 9 km/l na cidade e 13,5 km/h na estrada com duas pessoas a bordo.
Mas não seria mesmo assim lento? Sim, principalmente nas retomadas, porque perde força fácil. Entretanto, leve em consideração outros fatores para o SUV mandar bem, considerando o público-alvo. Eficiência aqui manda as ordens. A velocidade máxima pé dentro é de 175 km/h.
Os consumidores que não estão nem aí para um motor robusto (lembre-se do HR-V e do Renegade flex), apostam no desenho e na economia.
O Kicks tem espaço interno favorável, na tecnologia é justo e moderninho e outro ponto que destaco é a segurança. Vale a pena lembrar que o computador de bordo avalia sua média de consumo e dá conselhos informando seus recordes.
São quatro câmeras (nos retrovisores, frontal e traseira) que formam o giro de visão dos 360 graus permitindo olhos aos pontos cegos através da central multimídia de sete polegadas. Um bom equipamento que não exibe grife dos seis alto falantes mas tem o melhor som da categoria. Isso sem contar o painel em dois andares forrado na parte de baixo com acabamento em costura, quadro de instrumentos duplo, sendo a metade projetado no display (TFT).
Ficha técnica
Nissan Kicks SL
- Motor: 1.6 de 6 válvulas flex
- Potência: 114 cv a 5.600 rpm
- Torque: 15,5 kgfm a 4.000 rpm
- Transmissão: automática tipo CVT
- Direção: elétrica
- Aceleração: 0 a 100 km/h em 11,6 s
- Freios: discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS, EBD;
- Rodas: liga-leve aro 17, com pneus 205/55 R17;
- Peso: 1.142 kg
- Porta-malas: 432 litros
- Tanque: 41 litros
- Comprimento 4.295 mm
- Largura 1.760 mm
- Altura 1.590 mm
- Entre-eixos 2.610 mm
O Kicks se torna melhor comparado ao Renegade flex (mesmo sendo mais forte no automático, não gosto desse motor 1.8 da FCA), mas em termos de pegada perde para os dois 1.8, tanto do HR-V como do próprio Jeep. No que ganha então? Na dirigibilidade e modernidade. No custo-benefício, é R$ 10 mil mais barato comparado ao Honda EXL, que é feito no Brasil. O Nissan vem do México.
A montadora japonesa apostou na elegância com rodas de 17 polegadas para a única versão SL (pelo menos por enquanto), travamento das portas pela chave sensor (que também aciona os vidros), botão de partida, painel com acabamento em costura e três opções de cores no estofamento da cabine: areia, marrom ou preto. No console central bom acabamento e no controle do ar-condicionado de única zona info da temperatura digital.
O SUV, assim como os demais concorrentes, tem direção elétrica multifuncional. Os bancos são confortáveis projetados para não causar fadiga do corpo em grandes distâncias e a posição de dirigir do condutor é bem elevada, lembrando um monovolume onde o motorista conduz com os joelhos praticamente na altura do ponto de cintura. O carro dispõe de seis bolsas infláveis.
Controle de estabilidade, de rampa e dinâmico de chassi para compor o pack de proteção com o ABS. A rodagem é macia e o jogo de suspensão foi outro ponto certo. Nada de vibrações para a cabine. A estabilidade agrada e o carro permite um jogo de manobras e tanto. A direção na estrada é agradável e na cidade é fácil vencer os buracos e manobrar com eficiência.
Desenho
Na grade o V-Motion, que representa a nova assinatura da marca, tem visual marcante. As lanternas traseiras acendem por inteiro e são no formato bumerangue. Gostei também do design do porta-malas de 432 litros (o maior é o do HR-V com 437 litros e o menor é do Renegade com 280 litros). Os faróis com assinatura em LED são de dupla parábola - a Honda já deveria ter feito isso quando elevou em R$ 13 mil o preço do seu carro mais completo (existe na Europa os faróis do HR-V incluindo LED).
* Viajou a convite da Nissan do Brasil