Estado de Minas ESCÂNDALO

Europa não irá receber mesmas indenizações dos EUA pela VW

Declaração foi dada pelo CEO da montadora, Matthias Muller, a respeito da fraude das emissões


postado em 04/07/2016 12:18 / atualizado em 04/07/2016 14:12

O diretor executivo da Volkswagen desconsiderou a possibilidade de indenizar os clientes europeus, por causa ao escândalo de fraude nas emissões de gases poluentes, de acordo com as compensações oferecidas aos norte-americanos, alegando que seria um prejuízo muito alto para a fabricante.

Matthias Muller afirmou, em uma entrevista ao jornal alemão Welt am Sonntag, que arcar com mais essas despesas poderia levar a empresa a falência. “Você não precisa ser um matemático para perceber que indenizações em quantias arbitrárias colocariam a Volkswagen embaixo d’água”, disse.

 

Acordo com União Europeia deve ser menor do que com os EUA(foto: Paulo Paiva / DP)
Acordo com União Europeia deve ser menor do que com os EUA (foto: Paulo Paiva / DP)
 

 

O acordo de compensação com os Estados Unidos foi acertado no mês passado, no valor de US$ 14,7 bilhões. A decisão envolveu a montadora e um grupo norte-americano que inclui o Departamento de Justiça, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) e advogados de proprietários de veículos Volkswagen.

Na semana passada, em reunião com uma comissária da indústria da União Europeia, Muller alegou que o caso na Europa precisaria seguir uma diretriz diferente daquela em andamento nos EUA. Isso porque os limites de emissões no país americano são mais rigorosos do que os do Velho Continente e a participação nos pagamentos é opcional para clientes norte-americanos. “Eu não preciso explicar o que iria significar financeiramente para a Volks se a empresa tivesse que pagar o mesmo valor aos clientes europeus”, afirmou Muller.

Até o momento a montadora possui US$ 18 bilhões reservados para lidar com os efeitos do escândalo de emissões e alegou, no mês passado, que ainda está avaliando se a quantia é adequada.

 

Brasil

A Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), enviou um ofício à Volkswagen e ao Ministério Público cobrando a extensão para o Brasil do acordo realizado com os Estados Unidos a respeito dos danos causados pela fraude de emissões de poluentes de veículos movidos a diesel.

No ano passado, a montadora  confirmou que 17.057 picapes Amarok vendidas no país, produzidas em 2011 e 2012, estão equipadas com o  software que frauda testes de emissão de gases poluentes em veículos  a diesel. No Brasil, a montadora está contestando multas de R$ 58,3 milhões aplicadas pelo Ibama e pelo Procon-SP.

No Brasil, o impacto da fraude é menor porque a lei proíbe veículos leves com motores a diesel. Os consumidores com veículos afetados podem acionar a montadora na Justiça e pedir ressarcimento, se não for feito acordo pela montadora.

 

 

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