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Paixão por veículos antigos: Um Monza como se fosse novo

Ter um carro antigo e saber conservá-lo, além de prazeroso, pode ser um bom investimento mas depende do modelo que você vai encarar


postado em 25/04/2016 11:45 / atualizado em 25/04/2016 17:31

Monza 1989 está com Percílio Júnior há quase um ano e nunca transitou na chuva (foto: Ricardo Fernandes/ DP)
Monza 1989 está com Percílio Júnior há quase um ano e nunca transitou na chuva (foto: Ricardo Fernandes/ DP)
A paixão dos brasileiros por carros antigos não vem de hoje. Na década de 1960, colecionadores como o paulistano Roberto Lee e o fluminense Og Pozzoli já começavam a fundar os primeiros clubes de automóveis antigos no país. Além de ser considerado um hobby pelos entusiastas, o chamado antigomobilismo também é visto como uma possibilidade de lucro financeiro. No entanto, se fazem necessários disposição financeira e dedicação pessoal para realizar a satisfação de ter um bom antigo.

Com o amor por carros passado de pai para filho, o técnico em radiologia Percílio Junior é dono de um Monza fabricado no ano de 1989 e um dos que conseguem zelar o carro com excelência. Preciosista até onde é possível ser, Percílio afirma que comprou o seu carango pelo terceiro dono e fez questão de trocar as peças e acessórios, que precisavam ser substituídos, por peças originais. “Estou com esse carro há cerca de um ano. Recuperei todas as peças e acessórios que não eram originais. Só eu piloto esse Monza”, afirma. O técnico completa ainda que o mesmo veículo atualmente, sem esse estado de conservação impecável, é avaliado por volta dos R$ 5 mil. Já o seu não seria vendido por ele por menos de R$ 30 mil.
 
"Só eu piloto esse Monza que vale muito e não venderia ele por menos de R$ 30 mil" (foto: Ricardo Fernandes/ DP)

Contudo, o que chama atenção nesse Monza é o cuidado em volta dele. O carro nunca transitou em dias de chuva. Foi preciso até remarcar essa entrevista por causa do tempo chuvoso. “Quando saio de casa com ele, sempre estaciono em locais privados e longe de qualquer chance de perigo. Em shopping, só deixo o meu carro no último andar e na última vaga”, afirma.

Além de satisfação pessoal, o investimento no antigo pode ser um bom negócio. Para isso, uma troca de ideias com aquelas pessoas que têm um conhecimento a mais sobre o mundo automotivo pode ser uma alternativa. Para o vice-presidente do Clube de Automóveis Antigos de Pernambuco, Paulo Bompastor comprar um carro antigo não é difícil, o difícil é restaurá-lo. “Eu não posso ter um funileiro comum, um mecânico comum, tenho de ter pessoas com habilidades especiais e que saibam o que estão fazendo. O custo do profissional é bem mais alto”. Bompastor afirma também que, com paciência, dinheiro e ajuda dos profissionais corretos, o carro antigo restaurado pode trazer um retorno financeiro acima do esperado. “O antigomobilismo é um hobby para todos os bolsos. Um Fusca antigo, por exemplo, pode ser encontrado à venda por cerca de R$ 3 mil, demandar um investimento de R$ 10 mil para a restauração, e passar a valer R$ 15 mil”. O vice-presidente completa ainda que, se o carro for um automóvel raro, ou seja, se foram fabricados poucos do mesmo modelo, se for uma edição especial, ou mesmo se foi o primeiro ou último a ser fabricado, o investimento é ainda mais rentável.
 

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