São Paulo – Dormi pouco pensando na pista, no circuito de Velo Città, em Mogi Guaçu. Poucas vezes acordei tão ancioso, meio congestionado pelo clima de Mogi Mirim, cidade vizinha do autódromo, no interior de São Paulo. A Porsche Brasil iria apresentar o sonho de consumo de sete entre cada 10 homens apaixonados por carros esportivos. Na quarta-feira passada vi de novo o que tinha conhecido em salões internacionais, a família da nova geração do 911. Carros, sonhos de consumo que custam a partir de R$ 509 mil.
O Carrera com motor turboalimentado será seu automóvel de aposta da família. Carrera S, 4, 4S, Turbo e o Turbo S (todos oferecidos como Coupé ou Cabriolet), assim como os Targa 4 e Targa 4S completam a gama com preços que podem chegar a pouco mais de R$ 1,2 milhão, dependendo da configuração.

E como encarar a tecnologia, vencer meu lado purista e aceitar os motores boxer biturbo de seis cilindros entregam 20 cv a mais em relação ao modelo anterior. São 370 cv (272 kW) a 6.500 rpm e 450 Nm de torque constantes entre 1.700 e 5.000 rpm, declara a ficha técnica.
Será uma nova e consagrada onda turbo? Sim. Pode apostar porque a dirigibilidade é superior, os carros estão mais velozes. Sem perder o respeito pelos puristas que vivem no tempo dos aspirados.
Os mais caprichados, mais assanhados e ricos em disposição, os modelos S entregam o seguinte: 420 cv (309 kW) e 500 Nm, nas mesmas rotações. O Carrera será unicamente vendido com a transmissão PDK (Porsche Doppelkupplung) de dupla embreagem com sete velocidades. Vale a pena apostar no eixo traseiro direcional e entender que você se torna o maestro na pista.

O Carrera faz 0 a 100 Km/h em 4,2 segundos com o pack Sport Chrono e o S faz em 3,9 segundos. As máximas são de 293 Km/h e 306 Km/h. Você pensa que as diferenças são insignificantes? Esqueça. São muito mais atrativas comparadas aos 7 Km/h de distância da velocidade final. Veja no Facebook do Vrum o vídeo que apresento da largada rápida do Carrera S na pista. O 911 Carrera agora atinge 293 km/h, enquanto o 911 Carrera S chega a 306 km/h.
Tem gente que prefere mas eu aposto mais no tração traseira. O Carrera 4 (tração nas quatro rodas) também equipados com PDK e Sport Chrono, vai de 0 a 100 km/h em 4,1 s (0,4 s menos que o modelo anterior) e S faz em 3,8 s (menos 0,3 s). Os Cabriolets precisam de apenas 0,2 s a mais, e as velocidades máximas ficam 290 km/h e 306 km/h.
Elevação do eixo - O sistema eletrohidráulico permite elevar a dianteira do veículo aproximadamente 40 mm em baixa velocidade e facilita o acesso a entradas de garagens e estacionamentos, além de proteger o assoalho do veículo. Acabou o tormento de passar pelas lombadas.

O Targa
O clássico conceito do Targa é outro ícone e sua maior característica visual é o arco transversal no lugar das colunas B, uma parte do teto móvel, acima dos bancos dianteiros, e uma janela traseira envolvente, sem coluna C. O teto de tecido se dobra atrás dos bancos traseiros quando é aberto, com apenas o toque em um botão.
Na cabine, dois mais dois porque na traseira os bancos permitem uma carona apertada, mesmo não sendo essa a proposta. O 911 é perfeito por dentro com na tela sensível ao toque no painel central. Escolha a cor. Pode ser preto, marfim, vermelho ou canela. Pode ter seu toque especial com destaque para o S que oferece no volante o botão seletor do modo de condução normal, esportivo ou esportivo plus. Nesse caso o carro permite a saída rápida do launch control. E não esqueça de trocar o som do escapamento e praticamente esquecer de ligar o som Bose.
O desenho externo honra o passado do carro, principalmente a geração anterior. Lanternas e faróis redesenhados, grades dianteira e traseira que ainda saca o aerofólio que permite que a força G empurre o carro para o chão em alta velocidade. Na frente, as entradas de ar são variáveis e com o carro em baixa velocidade permitem uma maior passagem enquanto no oposto fecham para contribuir com a aerodinâmica. A engenharia pensou em tudo.
A história do mito – Em 16 de abril de 1962, Ferdinand Alexander Porsche apresentou um modelo em tamanho real do 911. Naquele momento, dificilmente alguém poderia prever que o formato daquele veículo permaneceria quase sem modificações 50 anos depois, na sétima geração do Porsche 911. Uma inspeção mais detalhada mostra claramente o que torna o design do 911 tão único. F.A. Porsche não considerava o design como um fim em si mesmo, mas como uma forma de chegar a uma meta. Ele também queria criar um carro esporte com dimensões tão compactas quanto possível. O princípio continua simples até hoje: a forma segue a função. A tecnologia do veículo é o fator dominante. Foi esse foco no essencial que criou os fundamentos para tornar o Porsche 911 o ícone de design que ele hoje representa.