A data pra obtenção da ACC será prorrogada por mais 90 dias, confirma o diretor presidente da Shineray, Paulo Perez. A montadora juntamente com ANUC enviou um ofício parar o Denatran, em Brasília pedindo o adiamento da obrigatoriedade do documento. A assessoria de imprensa do Detran disse que o orgão só irá comentar sobre o tema a partir da publicação.
De acordo com Perez, nenhum centro de formação de condutores, nem o Detran ainda estão aptos para liberarem a ACC, por esse motivo o ofício foi enviado, "seria injusto o condutor ter até fevereiro para retirar a documentação quando nenhum CFC nem o Detran estão fazendo aulas práticas e teóricas para esse tipo
de habilitação", conversou ao telefone com exclusividade para o Vrum, do Diario de Pernambuco.
O presidente da ANUC (Associação Nacional dos Usuário de Ciclomotor), Leomar Toscano, alerta sobre o fator financeiro. "Como a maioria dos usuários dos ciclomotores são de baixa renda é inviável retirar uma CNH", comenta. Outro fator, dito pelo presidente, é a falta de necessidade de uma Carteira Nacional de Habilitação para os condutores de ciclomotores. "Como as cinquentinhas não são liberadas para circular em rodovias federais, nem serem utilizadas como moto táxi, seria desnecessário esse tipo de habilitação para quem só tem uma cinquentinha".
Agora, a partir de junho, o motociclista flagrado sem a documentação terá que pagar uma multa que pode chegar a R$ 574,62, refente à infração gravíssima. Ainda precisará acionar um condutor habilitado para resgatar a moto, caso contrário, o veículo será apreendido.
O operador de segurança João Víctor fez diferente e optou pela Carteira Nacional de Habilitação. "Nem sabia que exista alguma outra categoria especial para as cinquentinhas, mas eu resolvi tirar a CNH mesmo", conta.
Sem emissão de ACC em Pernambuco, era de se esperar maior demanda por CNH, mas não foi o que aconteceu. A diretora de ensino da auto-escola Ferreira, Jéssica Souza, explicou o porquê de não ter tido nenhum tipo de aumento na busca pela categoria A. "Desde a obrigatoriedade da documentação para as cinquentinhas, o número de pesquisa em relação à CNH na categoria A cresceu, mas com o aumento no valor das taxas, as matrículas se mantiveram estáveis", relata.
Outro fator alertado pela diretora Jéssica Souza, que corrobora com a declaração do presidente da ANUC, é a condição financeira dos condutores das cinquentinhas. "Quem dirige esse tipo de veículo é, na maioria, pessoa de baixa renda, que não tem uma situação financeira favorável", explica. Esse fator, somado com o aumento nas taxas do departamento de trânsito e das autoescolas foi o motivo que Jéssica encontrou para explicar a estabilidade nas matrículas.
O preço da ACC
O valor cobrado nas autoescolas pela Carteira Nacional de Habilitação na categoria A é em torno de R$ 500 e R$ 600 enquanto a ACC (Autorização para Conduzir Ciclomotor) custa cerca de R$ 300.