Estado de Minas TEST-DRIVE

Espaço e versatilidade no Aircross

Modelo teve ligeira reestilização, com para-choques, grade, rodas, lanternas e faróis redesenhados. A versão testada é a intermediária Feel, que tem estepe pendurado atrás


postado em 17/12/2015 12:56

Lançado em 2010, o Citroën AirCross acaba de passar por uma reestilização leve. Bastou redesenhar os para-choques, grade, rodas, lanternas e faróis para que o monovolume ganhasse linhas mais atuais. A versão avaliada foi a AirCross 1.6 Feel, de nível intermediário e a primeira a trazer o estepe fixado na tampa traseira, já que, com o fim do C3 Picasso, as versões de entrada perderam esse adereço aventureiro. A versão também traz pneu de uso misto e rodas de 16 polegadas. O interior também recebeu uma discreta repaginada, e o deslocamento da tela do sistema multimídia (quando existe esse opcional), do topo do painel central para um local um pouco mais baixo, contribuiu para um ambiente visualmente mais limpo.

 

Versão intermediária conta com pneus de so misto e rodas de 16 polegadas (foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)
Versão intermediária conta com pneus de so misto e rodas de 16 polegadas (foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)
 

 

Os materiais são simples, alguns ásperos, mas a montagem é boa. Como se trata de um monovolume, os porta-trecos deveriam ser mais práticos, já que vários são rasos e vazados. A habitabilidade continua sendo um ponto forte nesse aventureiro. O motorista tem a visibilidade privilegiada com o para-brisa panorâmico e o assento elevado. Para os passageiros de trás, o assoalho é plano e o espaço razoável. O espaço do porta-malas é generoso, com aproveitamento tanto em altura quanto em profundidade. Com o rebatimento completo do banco traseiro, que pode ser na proporção 1/3 e 2/3, o AirCross vira um furgãozinho.

Apesar de ser um acessório estiloso, o manejo do estepe rouba um pouco da praticidade para acessar o porta-malas. Para começar, é preciso reservar uns 80 centímetros para recuar o suporte do pneu. Então, se alguém estacionar colado na traseira, não é possível abrir a tampa. Quando o suporte está aberto, invade uns 35 centímetros da lateral. O suporte só pode ser destravado por meio de botão na chave, faltando comando no painel para esse fim. Opcional, o sensor de estacionamento traseiro é um aliado importante para não esbarrar o estepe, que fica projetado em outros veículos.

 

Mesmo estiloso, estepe traseiro dificulta acesso ao porta-malas do carro (foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)
Mesmo estiloso, estepe traseiro dificulta acesso ao porta-malas do carro (foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)
 

 

Mandou mal
Um aspecto em que o modelo fica devendo muito é a segurança. Apesar de haver cinto de segurança de três pontos para todos no banco traseiro, falta apoio de cabeça para o passageiro do meio. Também não existem sistemas mais avançados para retenção de assentos infantis, como Isofix ou Top Tether, o que não podia ter sido deixado de fora num carro de proposta familiar. Ainda bem que airbags frontais e freio ABS são obrigatórios por lei.

A nova central multimídia é opcional e traz rádio, Bluetooth, telefonia, entradas auxiliar e USB. A principal novidade é a função de espelhamento com o smartphone, feita via cabo USB. Nesta versão, não está disponível a função de navegação, opcional vendido apenas na topo de linha. A interação com a central, feita por meio de uma tela tátil de 7 polegadas, deixa a desejar: além de faltar uma tecla para desligar, o sistema não reproduziu arquivos do smartphone nem conteúdo em streaming. Também falta comando por voz. Como o volante não tem comandos de som, foi colocado ali, mas de manuseio ruim, uma alavanca com algumas funções.

Rodando na estrada
O motor 1.6 16 válvulas tem sistema que elimina o tanquinho de partida a frio. E oferece bom desempenho, com boa parte da força disponível em baixas rotações, e é bastante elástico. O câmbio manual tem relações que priorizam o baixo consumo de combustível. A suspensão é bastante confortável e oferece boa estabilidade. A direção elétrica é muito leve, ganhando carga à medida que a velocidade aumenta.

Vale?

 Com a saída do C3 Picasso, o AirCross ganhou um maior número de versões e, por consequência, concorrentes de diferentes categorias. A versão de entrada é vendida por R$ 49.990, e pode competir com o Renault Sandero Stepway, que custa R$ 53.800. A versão testada custa R$ 58.990. Com opcionais, pintura metálica (R$ 1.390) e sistema multimídia (R$ 1.400), o preço final é R$ 61.780. Isso aproxima o AirCross dos seus concorrentes diretos, Chevrolet Spin 1.8 Activ (R$ 64.550) e Fiat Idea 1.8 Adventure (R$ 63.470). Até essa faixa, o modelo da Citroën se mostra competitivo. Outros modelos que podem ser considerados concorrentes são os SUVs compactos Ford EcoSport 1.6 SE (R$ 65.900) e Renaut Duster 1.6 Expression (R$ 63.800).

Ficha Técnica
Motor – 1.587cm3 de cilindrada
Câmbio – manual de 5 velocidades
Potência (cv) – 115 (g) e 122 (e) a 5.800rpm
Torque (kgfm) – 15,5 (g) e 16,4 (e) a 4.000rpm
Dimensões (metros) (*) – 4,28x1,72x1,70x2,54
Porta-malas – 403 litros
Consumo urbano (km/l) (**) – 9,2 (g) e 6,5 (e)
Consumo rodoviário (km/l) (**) – 10,9 (g) e 7,5 (e)

(*) Comprimento x Largura x Altura x Entre-eixos
(**) Fonte: Inmetro

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