Ninguém tem mais dúvida de que a união das tecnologias da injeção direta de combustível e do turbo vieram para ficar. Graças a esse casamento foi possível reduzir o tamanho dos motores (downsizing) e o consumo de combustível sem que o automóvel perdesse potência - há ganho de força e energia na maioria dos casos. Apesar de ainda ser uma saída cara para a busca da eficiência, com ela é possível transformar carros do dia a dia, como hatchs compactos e sedãs, em máquinas capazes de empolgar o motorista que gosta de pisar mais forte no pedal à direita.
Um bom exemplo do uso transformador dessa tecnologia é feito no Brasil pela Volkswagen. A marca alemão conseguiu fazer do compacto up!, que originalmente saía de fábrica com 80 cv no pequeno motor 1.0 de três cilindros, em um subcompacto apaixonante na versão equipada com o motor TSI de 105. Além de superágil, o modelo também é muito econômico - como pudemos testar há alguns dias, quando o carro fez quase 300 km na estrada com pouco mais de meio tanque de etanol.
Já no caso do Jetta, sedã médio da marca, a tecnologia TSI tem um efeito ainda mais marcante. Nas versões de entrada do três volumes, o velho conhecido dos brasileiros motor 2.0 de apenas 120 cavalos está longe de ser empolgante ou eficiente. Mas já na versão Highline, com o propulsor TSI de 211e câmbio automatizado de dupla embreagem e seis velocidades (DSG), a história é outra.
O estilo "tiozão" segue o mesmo que a montadora preserva, apesar do recente facelift realizado no sedã. E isso não é uma crítica. O que a Volks espera ao manter as linhas sóbrias do Jetta é oferecer uma alternativa para quem não curte a onda lançada pelos sul-coreanos da Hyundai e que rapidamente virou tendência no segmento: vincos fortes por todos os lados, lanternas e faróis finos, além de curvas acentudas.
Fantasia que cobra caro
O Jetta TSI é "lobo em pele de cordeiro". É um corredor velocista usando terno. E, principalmente, é um esportivo disfarçado de sedã familiar. Mas tudo isso você só poderá notar após apertar o botão start para fazer despertar o “monstro” que se esconde sob o capô. Nem é preciso colocar a alavanca do câmbio no modo S (sport). Já no modo D (drive) é possível sentir a força dos 211 cv de potência e 28,6 kgfm de torque disponíveis nas primeiras rotações do motor.
As arrancadas do novo Jetta TSI se assemelham muito com as saídas do Golf GTI, que usa o mesmo conjunto mecânico – apesar de o hatch medío entregar 220 cv de potência e pesar cerca de 60 kg a menos que o sedã. A sensação de ser jogado contra o banco em uma aceleração mais ousada é igualmente divertida no Jetta.
Para quem paga mais de R$ 100 mil em um carro, o gasto com gasolina não é fator predominante (longe disso) na hora da compra do automóvel. Sendo assim, se você procura um esportivo, mas precisa de um gigantesco porta-malas e não busca um design futurista, já sabe qual será seu próximo carro.
Na sua casa por:
Jetta Highline TSI
A partir de R$ 96.900
Versão testada: R$ 111.380