Estado de Minas

Papo de Roda - Lembra da Lady Di?

O Mercedes bateu no concreto a mais de 100km/h e o segurança, que ia no banco da frente, se feriu, mas não morreu


postado em 21/01/2012 18:09 / atualizado em 21/01/2012 18:12

Quando um avião se acidenta e morrem 200 passageiros, há uma comoção geral, as autoridades e a imprensa se sensibilizam, os técnicos se manifestam, as possíveis causas são esmiuçadas, o assunto permanece tempos em pauta.

No entanto, os 200 passageiros que morrem a cada dois dias nas nossas estradas (são quase quarenta mil por ano, cerca de 100 por dia) não recebem um décimo da atenção. Geram algumas campanhas e pactos inócuos para redução das mortes em acidentes rodoviários. A solução – segundo as autoridades – é instalar mais radares, que só contribuem para aumentar a receita dos cofres públicos. E dos corruptos. Alegam – hipocritamente – que a grande culpada é a velocidade em excesso. Querem tapar o sol com a peneira, pois sabem que há estradas na Europa onde se roda a mais de 150km/h e não se registra nem um décimo do nosso volume de acidentes.

Radar é simples de implantar, basta uma concorrência entre as empresas interessadas. Mas articular uma fiscalização efetiva, pôr a polícia ostensivamente na rua e na rodovia, proibir a venda de bebidas nas margens das estradas, exigir cadeirinhas nas vans escolares, verificar o uso do cinto de segurança, implantar a inspeção veicular de segurança para tirar de circulação os veículos em frangalhos, tudo isso é exigir demais de nossos governantes, autoridades e políticos omissos, ineptos e corruptos.

As estatísticas das polícias rodoviárias registraram novamente mais centenas de acidentes trágicos na recente virada de ano. Quem leu as notícias percebeu que dezenas morreram viajando no banco traseiro do automóvel sem afivelar o cinto de segurança. E passageiros de ônibus rodoviários que também não se preocupavam com ele.

Morreu, por exemplo, a mãe do namorado da Miss Brasil 2010, que ia no banco traseiro sem o cinto. Morreram cinco passageiros de um ônibus que capotou, também sem a proteção. A lista é longa e demonstra que, se houvesse fiscalização nas rodovias, se evitariam centenas de mortes. Ninguém usa o cinto no banco traseiro do automóvel nem nos ônibus, embora seja uma exigência legal em ambos. No caso do carro, a maioria se sente protegida pelo estofamento do banco dianteiro. Uma tolice, pois o passageiro passa a pesar toneladas no momento do impacto. E ignorância também do motorista, que não exige o uso do cinto atrás e muitas vezes morre esmagado pelo passageiro que vem de lá como um bólido.

Estão lembrados da Lady Di? O Mercedes de seu namorado bateu a mais de 100km/h numa pilastra de concreto num túnel de Paris. O segurança que ia no banco dianteiro se machucou, mas não morreu, pois estava com o cinto. Ela e o namorado estavam atrás se sentindo protegidos pelos bancos dianteiros.....

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