Estado de Minas

Com doações ou manutenção, fabricantes de automóveis atuam no combate ao coronavírus

No Brasil, Chevrolet se comprometeu a consertar no mínimo 3 mil respiradores que estão fora de uso. Volkswagen doa máscaras e coloca frota de 100 veículos à disposição. Confira outros exemplos pelo mundo


postado em 26/03/2020 11:03

(foto: Pixabay/Divulgação)
(foto: Pixabay/Divulgação)

O rápido avanço da pandemia do coronavírus faz crescer o número de contaminados de uma forma tão vultosa que nem mesmo o sistema de saúde dos países desenvolvidos estão devidamente aparelhados para receber tantos pacientes em tratamento. Donos de avançados meios de produção, e obrigadas a parar ou reduzidir suas atividades, alguns fabricantes de automóveis ao redor do mundo contribuem para o combate ao avanço da contaminação e até no tratamento da doença.

No Brasil, a Chevrolet lidera uma iniciativa que pretende, já a partir da próxima semana, reparar todos os respiradores que não estão funcionando no Brasil. Até o momento já foram mapeados mais de 3 mil aparelhos fora de operação, e este número pode ser ainda maior. Ainda participam desse projeto o Ministério da Economia, o Senai e a Associação Brasileira de Engenharia Clínica.

“Em paralelo ao levantamento que está sendo feito do número, localização e modelo dos equipamentos parados, estamos treinando virtualmente nosso corpo técnico voluntário e preparando salas nas operações da GM no Brasil para realizarmos os reparos na semana que vem", explica Carlos Sakuramoto , gerente de inovação da GM. De acordo com Carlos Zarlenga, presidente da empresa na América do Sul, a expertise, instalações e força de trabalho voluntário técnico do fabricante de automóveis estão à disposição das autoridades.

O reparo dos respiradores inclui a logística de buscá-los nos hospitais, levar até a fábrica mais próxima, consertar com a mão de obra técnica voluntária treinada pelo Senai e, depois de funcionando, o equipamento retorna para o hospital de origem para ser usado no combate ao Covid-19.

Já a Volkswagen do Brasil doou 2 mil máscaras faciais protetoras para as quatro cidades onde mantém suas operações fabris: São Bernardo do Campo, Taubaté, São Carlos (as três em São Paulo) e São José dos Pinhais (PR). As máscaras são parte do estoque da companhia e eram de utilização na linha de produção. O fabricante também disponibilizou uma frota de 100 veículos para esses municípios, além do Governo do Estado de São Paulo. O empréstimo tem como objetivo principalmente apoiar o deslocamento de médicos e enfermeiros, bem como o transporte de medicamentos e equipamentos de saúde, podendo ser utilizado para qualquer outra necessidade das autoridades.

(foto: Debora Cartagena/Pixnio)
(foto: Debora Cartagena/Pixnio)

EUA Nos Estados Unidos, a Ford usa sua experiência em fabricação e engenharia para expandir rapidamente a produção de equipamentos e suprimentos médicos. Para aumentar a capacidade de fabricação de respiradores, os membros da equipe Ford e da 3M estão desenvolvendo um projeto que usa peças de ambas as empresas, como ventiladores dos assentos refrigerados do Ford F-150 e filtros da 3M para filtrar contaminantes transportados pelo ar, além de baterias portáteis de ferramentas para alimentar esses respiradores.

Junto à GE Healthcare, a Ford pretende expandir a produção de uma versão simplificada de um respirador já existente. Assim, este novo projeto pode ser produzidos em uma instalação da Ford, aumentando sua capacidade produção. A marca também disponibilizou seus recursos internos de impressão 3D para fabricar componentes, como protetores faciais. As primeiras mil unidades serão testadas ainda nesta semana nos hospitais Detroit Mercy, Henry Ford Health Systems e Detroit Medical Center Sinai-Grace. Espera-se que aproximadamente 75 mil desses protetores sejam finalizados esta semana e mais de 100 mil por semana serão produzidos nas instalações de uma subsidiária da Ford.

REINO UNIDO A pedido do governo do Reino Unido, a Jaguar Land Rover e a Rolls-Royce pretendem produzir respiradores. De acordo com o jornal britânico The Guardian, o governo cedeu o projeto a essas empresas e espera obter 20 mil equipamentos. A Vauxhall está contribuindo com a confecção de peças feitas em impressoras 3D e com a montagem desses dispositivos. A Ford está avaliando um esforço para produzir ventiladores adicionais.

CHINA
No auge da crise provocada pela doença na China, a BYD dedicou uma de sua fábricas para a produção de máscaras. Uma força-tarefa composta por áreas de pesquisa e desenvolvimento, design e processamento foi mobilizada para entregar o projeto em tempo recorde. Com uma demanda tão grande, a fabricação foi diuturna, e a empresa garante que tem capacidade para produzir 5 milhões de máscaras por dia. A Jiangling Motors, parceira da Ford no país, também doou 10 vans de ambulância Transit especialmente equipadas para hospitais em Wuhan, onde começou o surto de coronavírus.

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