Estado de Minas

Combustível ideal: confira as vantagens e desvantagens de cada combustível

Descubra os pontos positivos e negativos de cada um e tenha mais facilidade na hora de abastecer


postado em 14/11/2019 12:59 / atualizado em 14/11/2019 13:20

É preciso esclarecer certas dúvidas antes de escolher o combustível ideal(foto: Peu Ricardo/ Esp. DP)
É preciso esclarecer certas dúvidas antes de escolher o combustível ideal (foto: Peu Ricardo/ Esp. DP)
 
Quando o assunto é combustível, temos sempre em mente as três opções das quais vamos chamar de tradicionais: etanol, gasolina e diesel, além do kit de Gás Natural Veicular (GNV), que não pode ser esquecido. Para facilitar a escolha na hora de abastecer, separamos cada um dos combustíveis e destacamos os pontos positivos e negativos de cada um, dessa forma cabe a você determinar qual cumpre suas necessidades. Confira: 
 
Etanol 
(foto: Nando Chiappetta/DP)
(foto: Nando Chiappetta/DP)
 
O etanol é um biocombustível produzido no Brasil a partir da cana de açúcar e misturado com um pouco de água, mistura que requer um teor de graduação de no mínimo 95%. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o etanol tem um preço médio de R$ 2,946/litro, ou seja, mais barato que a gasolina, mas nem tudo são flores. O etanol fornece cerca de 30% menos de energia em relação a gasolina, ou seja, o consumo de combustível é maior em relação aos demais combustíveis. Exemplificando em números; um determinado carro na gasolina rende cerca 12,9 km/l na cidade, se abastecer com etanol, ele vai render aproximadamente 8,8 km/l. 

Isso significa que abastecer no etanol não vale a pena? Não exatamente. Por ser um biocombustível, a emissão de gases poluentes é bem menor em relação a gasolina, além disso, o etanol tem a capacidade de deixar o motor um pouco mais potente, por possuir uma octanagem maior. O especialista em combustíveis da Raízen, Gilberto Pose, explica o motivo:
“O etanol possui mais octanagem do que a gasolina, que é a capacidade resistir a uma queima espontânea dentro do motor. Abastecer com um combustível mais resistente, faz com que o sistema eletrônica perceba a maior capacidade, e começa a adiantar o ponto do motor. Quanto mais adiantado o ponto do motor, até um certo limite, teremos um benefício de rendimento melhor, com isso o etanol ele entrega uma aceleração e uma retomada de velocidade mais forte”, afirmou Gilberto Pose. 
Para que o abastecimento seja lucrativo, o condutor deve procurar um posto onde o litro do etanol custe até 70% do valor da gasolina, para compensar as diferenças. Resumidamente, se ´por um lado o etanol consome mais, do outro ele oferece mais força ao motor e menor emissão de poluentes no ar.

Gasolina
(foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasi)
(foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasi)
 
Sem dúvida o combustível veicular mais popular do mundo, a gasolina não possui muitos mistérios, em resumo você paga um pouco mais em relação ao etanol e recebe um rendimento melhor. Contudo, as várias variantes geram certas dúvidas entre os consumidores, mas no geral, elas possuem um ponto em comum; os aditivos. A gasolina comum, apesar de ser considerada como um combustível padrão, não é a escolha mais “saudável” para o seu carro. Além da maior emissão de gases poluentes, o consumo da gasolina gera uma acumulação de resíduos nas válvulas de admissão do motor, que em longo prazo pode ser prejudicial ao desempenho e até aumentar o consumo.. 
E aqui entra o grande trunfo das gasolinas aditivadas,que basicamente é o mesmo combustível, porém possui detergentes dispersantes que promovem a limpeza das válvulas e aditivos que ajudam a melhorar a lubrificação dos componentes e o desempenho do motor. Entretanto, é importante deixar claro que a limpeza não é feita logo no primeiro abastecimento, portanto, se for abastecer com esse tipo de gasolina, o recomendado é utilizar de maneira periódica ou sempre. Interprete o abastecimento constante como uma “dieta” para seu carro, onde a gasolina aditivada representa a salada e demais comidas saudáveis.
Sobre o preço, os detergentes em sua composição fazem com que o litro da gasolina aditivada seja um pouco mais caro do que a comum, essa diferença pode variar com os postos de abastecimento. Existe alguma diferença de performance? É aí que as variantes entram. Algumas petrolíferas fazem algumas alterações nas gasolinas aditivadas para oferecer um benefício a mais, além de compensar ainda mais o consumidor. As alterações variam com cada empresa, algumas entregam mais economia, mais potência, menor emissão de poluentes ou um pouco de tudo, por isso é importante realizar um pesquisa para descobrir o que cada empresa oferece. 

Gás Natural Veicular (GNV)
(foto: Copergas/Divulgacao)
(foto: Copergas/Divulgacao)
 
Apesar de já estar presente no mercado brasileiro a um bom tempo, o kit GNV ainda é alvo de dúvidas por parte dos clientes. Antes de tudo, se você deseja dirigir um carro movido a gás, você vai precisar fazer a instalação do kit gás, e para isso serão necessárias algumas visitas e vistorias no Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN), e pagar cerca de R$ 4 mil para instalar o kit na oficina especializada. 
De qualquer forma, os carros GNV possuem vantagens interessantes, a primeira, e talvez a mais popular, é a economia. Em Pernambuco, 1m³ de gás custa em média R$ 2,69, valor menor do que os combustíveis convencionais. Em um levantamento realizado pela Comgás, é mostrado que o custo do quilômetro rodado com GNV é de R$ 0,17, contra R$ 0,40 da gasolina e R$ 0,41 do etanol, ou seja, a economia pode chegar a 58% e 59% respectivamente. Em valores, um motorista que utiliza um carro movido a GNV paga apenas R$ 17 para rodar 100 km, enquanto o que utiliza gasolina gasta R$ 40. Além da redução do preço do combustível, o IPVA também recebe um desconto que varia de acordo com o estado. 
Mas nem tudo é perfeito, além da perda de espaço no porta-malas para ocupar os cilindros, haverá uma perda de 4% da potência do motor, isso ocorre devido à menor densidade do GNV em relação aos outros combustíveis. Além disso, por conta dos cilindros, o carro pode ficar mais pesado.
Também existem algumas desvantagens financeiras, caso seu carro seja 0km, ele perderá a garantia de fábrica por conta de “mudanças na estrutura”. Ainda na parte financeira, o carro equipado com GNV sofre maior desvalorização para venda, pelo fato de que após a instalação dos cilindros, o veículo se torna modificado, ou seja, não é mais original de fábrica. A hora de abastecer será mais perigosa, portanto é melhor evitar fumar ou usar inflamáveis na zona de abastecimento, verificar se a mangueira de abastecimento foi devidamente desconectada, e pedir para outros ocupantes aguardarem em local seguro, afastado do veículo.
 
Diesel 
(foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
(foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
 
O diesel (ou gasóleo) é um óleo derivado da destilação do petróleo bruto usado como combustível para veículos maiores, como caminhonetes, ônibus, furgões e caminhões,  sua utilização em carros que se enquadrem na categoria veículos leves é proibida desde 1976. O litro do Diesel é mais barato que a gasolina e o rendimento energético de sua combustão consegue ser superior a mesma, além disso, a emissão de dióxido de carbono (CO2) também é menor. Assim como a gasolina, o diesel possui variantes, o mais popular é o S10,  que é um pouco mais caro mas possui um teor de enxofre muito menor. São 500 ppm do diesel comum contra apenas 10 ppm do S10. Já o diesel aditivado também é um pouco mais caro, e possui em sua composição detergentes dispersantes, anti-corrosivos e anti-espumantes que atuam durante o abastecimento, reduzindo o tempo de parada no posto e garantindo enchimento completo do tanque.
 
Bônus: carros elétricos e híbridos
Não são outro tipo de combustível, mas certamente merecem ser mencionados. Os carros elétricos não utilizam de nenhum combustível líquido, e seu motor elétrico pode ser recarregado na tomada através de um cabo especial. A inexistência da emissão de gases poluentes, a maior economia e menor custo para recarregar a bateria em relação aos veículos à combustão realmente são benefícios atraentes, mas infelizmente nosso país ainda não está totalmente pronto para os elétricos. Existem pouquíssimos pontos de recarga espalhados pelo país, o que pode dificultar e até impedir a recarga em várias rodovias. Além disso, por serem produzidos em baixa escala, o preço dos veículos elétricos ficam na casa dos 6 dígitos.
 
O Toyota Prius é um dos principais modelos do segmento híbrido(foto: Bruno Vasconcelos/DP)
O Toyota Prius é um dos principais modelos do segmento híbrido (foto: Bruno Vasconcelos/DP)
 
Os híbridos, por outro lado, são uma realidade muito mais próxima e uma principais atrações é sua economia dentro das cidades e menor emissão de gases poluentes. Os carros híbridos possuem dois motores, um a combustão e outro elétrico, que podem trabalhar em conjunto ou de forma independente, quem decide é o motorista. Em alguns casos a energia cinética gerada nas frenagens é transformada em energia, que recarrega a bateria do sistema híbrido, dispensando completamente de cabos de recarga. Talvez o único fator que segura a decolagem dos híbridos no mercado nacional é justamente o preço, já que, assim como os elétricos, possuem um valor a partir dos 6 dígitos. 

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