Estado de Minas FACILIDADE

Portabilidade financeira pode ser uma boa opção

Modalidade permite que o consumidor troque o banco durante o contrato, porém é imprescindível saber como funcionam os trâmites para não pesar mais no bolso


postado em 11/02/2019 17:20 / atualizado em 11/02/2019 17:41

Arte: Laerte Silvino / DP (foto: Arte: Laerte Silvino / DP )
Arte: Laerte Silvino / DP (foto: Arte: Laerte Silvino / DP )
Muita gente almeja ter um carro, seja ele novo ou seminovo. Porém, em tempos onde o dinheiro pode ser um impasse, é bastante comum encontrar pessoas que optaram por realizar financiamentos a fim de adquirir o bem. Quando as parcelas começam a interferir no orçamento, alguns recorrem à portabilidade financeira. Muitas vezes as propostas feitas por bancos são tentadoras e aparentam ser perfeitas, mas é preciso ficar atento para que o que deveria ser vantajoso não vire prejuízo. Segundo dados do Banco Central, no mês de janeiro 226.515 mil pessoas recorreram à portabilidade financeira. A portabilidade de operações de crédito chegou a ultrapassar R$ 1,792 bilhão. O valor aumentou quando comparado com o mesmo período do ano passado, que totalizou R$ 1,745 bilhão. Transferir a dívida para outro banco pode ser vantajoso, porém alguns cuidados precisam ser tomados antes de recorrer ao procedimento.

O advogado especialista em direito empresarial, Rodrigo Cahu, conta que existem algumas vantagens em aderir à modalidade. “Ao realizar o financiamento com o novo banco, os prazos e valores permanecem os mesmos, porém sem a incidência do IOF, por ele já ter sido pago no contrato com o banco anterior”, explica. Tanto pessoa física quanto pessoa jurídica podem solicitar a migração do débito de uma empresa para outra.

Rodrigo comenta que, após o consumidor requerer a portabilidade, o banco que irá participar do novo contrato faz uma análise minuciosa, com base em algumas documentações fornecidas pelo requerente. “É preciso estar munido do número de contrato do antigo financiamento, do saldo devedor atualizado, da moeda de crédito, se foi CDC ou Leasing, da taxa de juros anual, do custo efetivo total, do prazo total e remanescente e do sistema de pagamento” orienta. Deve ser informado o valor de cada parcela, bem como a data do vencimento dos boletos.

Entender como funciona o processo de portabilidade financeira ajuda o consumidor a não trocar gato por lebre. O gerente de fiscalização do Procon do Recife, Roberto Campos, reforça que, antes de tudo, o consumidor precisa analisar como o processo funciona e ver se é rentável. “Se atente quanto à taxa de juros que está sendo aplicada no mercado. Procure também verificar o período e o custo total da operação. Existem empresas que costumam aumentar a quantidade de parcelas e, consequentemente, os juros”, conclui. É importante não prolongar, pois isso pode influenciar no seu orçamento.

Outras formas de comprar 

Ter mais conforto, independência e não precisar recorrer ao transporte público para se locomover são alguns dos motivos que levam milhares de clientes todos os dias às concessionárias do país. Para realizar uma compra tão importante e não comprometer muito do orçamento, escolher com cuidado a forma de pagamento é fundamental. A verdade é que cada alternativa apresenta pontos mais ou menos vantajosos e adequados para diferentes perfis e demandas dos consumidores. Saiba as vantagens e desvantagens de cada um. 

Financiamento

Com várias opções de financiamento, o comprador pode optar por qual plano melhor se adapta. Contudo, há dois mais populares: o Crédito Direto ao Consumidor (CDC), quando a pessoa faz o empréstimo direto em um banco, a fim de comprar o carro. O comprador tem a posse do veículo, porém não pode ser negociado, pois encontra-se alienado ao banco até que todas as prestações sejam quitadas. Já o Leasing (Arrendamento Mercantil), o veículo é da própria financeira e você arrenda, ou seja, aluga. A desvantagem é que, por vezes, as concessionárias não entregam o contrato no ato da compra ao comprador, alegando que o mesmo precisa ser enviado para a matriz e, com isso, ‘mascaram’ alguns valores.

Consórcio 

No consórcio, um grupo de pessoas é criado e, mensalmente, uma quantia que corresponde à prestação do valor principal acrescido de taxas que, juntas, compõem a parcela do veículo é paga. Após dado início à compra, uma conta é criada, onde essas parcelas vão sendo creditadas a fim de aguardar a liberação através da carta de crédito. O documento pode ser adquirido através de sorteio ou lance, onde o mínimo é a partir de 10 tentativas, além da faixa de lance fixo, que é 15% do valor do veículo. A desvantagem é que, assim como todo modo de parcelamento, nessa modalidade vêm agregadas ao valor principal algumas taxas altas que precisam ser analisadas detalhadamente. 

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