Estado de Minas INCLUSIVO

Pais para toda hora

Entre o trabalho e a rotina diária, esses homens mostram que a deficiência dos filhos não é um obstáculo


postado em 13/08/2018 09:40 / atualizado em 13/08/2018 12:00

Everaldo é quem transporta, com um cuidado especial, o filho Thiago no dia a dia. FOTO: Peu Ricardo / DP (foto: Everaldo é quem transporta, com um cuidado especial, o filho Thiago no dia a dia. FOTO: Peu Ricardo / DP )
Everaldo é quem transporta, com um cuidado especial, o filho Thiago no dia a dia. FOTO: Peu Ricardo / DP (foto: Everaldo é quem transporta, com um cuidado especial, o filho Thiago no dia a dia. FOTO: Peu Ricardo / DP )


Ser pai é estar presente em diversos momentos, tanto bons quanto ruins. Em algumas situações, pode até ser verdade que uma das suas funções seja trabalhar e fazer dinheiro, mas isso com certeza não é o mais importante. A espera por um filho, seja ele biológico ou adotivo, mobiliza o patriarca e toda a família de modo geral. E, quando se trata de uma criança com necessidades especiais, não poderia ser diferente.
Washington Félix e Everaldo Rodrigues possuem três coisas em comum. São homens, pais de filhos com deficiência e necessitam do carro para o transporte dos filhos para tratamentos ou outros afazeres. Cada um com sua peculiaridade. Washington, 35, possui um Chevrolet Celta ano 2005, que adquiriu via consórcio. Ele conta que muito antes da aquisição costumava pedir o carro de outros amigos emprestado. “Eu optava por alugar o carro deles para levar o meu filho para os tratamentos. Por conta da deficiência, meu filho ficava bastante inquieto e isso interferia até no modo dele agir”, completa. 
 
O filho de Washington, Vinícius Felix, 9, foi diagnosticado com autismo aos quatro anos e teve meningite com dois meses e 25 dias de nascido. Apesar de todo o ocorrido, o jovem tem uma rotina bastante agitada. Toda semana ele vai para o tratamento, além de participar de aulas de natação e karatê. “O carro nos ajuda muito. Com ele não precisamos sair tão cedo de casa, de forma que otimizamos o tempo e ele possa curtir mais todos os momenotos”, conta o pai. Vinícius declara o prazer que tem em andar de carro com o pai. “Algumas vezes aproveito para abrir a janela, outras vezes fico mexendo no celular e vendo papai dirigir. Cada viagem é uma aventura”, completa. 
 
Que um carro permite uma sensação de liberdade em poder se locomover para onde quiser sem empecilho algum, isso não se pode negar. Washington não hesita em dizer que consegue manter uma relação mais próxima com o filho através do veículo. “Com o carro também fazemos passeios para cinemas, teatros e até shoppings. Fornecer um momento de lazer ao meu filho é gratificante. Faço sempre o possível e até o impossível para garantir a boa qualidade de vida do meu filho”, conta emocionado. 
Everaldo é quem transporta, com um cuidado especial, o filho Thiago no dia a dia. FOTO: Peu Ricardo / DP (foto: Washington acompanha o filho Vinícius nos tratamentos. FOTO: Thalyta Tavares / Esp. DP )
Everaldo é quem transporta, com um cuidado especial, o filho Thiago no dia a dia. FOTO: Peu Ricardo / DP (foto: Washington acompanha o filho Vinícius nos tratamentos. FOTO: Thalyta Tavares / Esp. DP )
 
O analista de sistema Everaldo Rodrigues, 59, é aquele tipo de pai que aprendeu a lidar com as surpresas que a vida lhe propõe. Ele relata que a chegada do filho Thiago Everton, 34, diagnosticado com deficiência intelectual aos 7 anos de idade, promoveu uma mudança por completo em seu modo de ver a vida. “Ao ver o quadro do meu filho, mudei drasticamente o meu comportamento, passando a ter uma percepção diferente do que é a vida e a forma de ver o mundo”, enfatiza emocionado. 
 
A bordo da Toyota Hilux SW4 ano 2011, ele segue com o filho para tratamentos. Como ele mesmo diz, “Somos parceiros inseparáveis. Thiago se sente mais confortável e percebo que isso influencia diretamente na forma dele de interagir no meio social”, completa.  
Em tempos modernos, infelizmente ainda é constante alguns atos de preconceitos contra pessoas portadoras de deficiência, seja física, mental e intelectual. Washington reforça a importância que os pais têm nesses casos e faz um apelo. “Não falte com respeito A alguém que foge dos padrões ditados pela sociedade. Essas pessoas são como eu e você, porém com necessidades especiais. Cultive sempre o amor, e não o ódio”, finaliza.

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