Estado de Minas DICA DO ESPECIALISTA

Leilão automotivo vale a pena?

Modalidade torna-se uma opção em tempos que o dinheiro pode ser um impasse. Saiba como fazer a escolha certa


postado em 16/06/2018 09:00 / atualizado em 15/06/2018 17:43

Existem quatro tipos de leilões, mas é preciso estar atento quanto à origem do carro (foto: Brian Turner / Creative Commons )
Existem quatro tipos de leilões, mas é preciso estar atento quanto à origem do carro (foto: Brian Turner / Creative Commons )
 
Para muitos, ter um carro é sinônimo de liberdade. Para outros, de independência financeira, bem como um crescimento significativo no padrão de vida. As formas de adquirir um veículo são inúmeras. Dentre elas, as mais comum são o Crédito Direto ao Consumidor (CDC), onde o veículo não pode ser negociado até que todas as prestações sejam quitadas, e o Leasing (Arrendamento Mercantil), forma que o veículo é de posse da financeira e o adquirente apenas arrenda. Mas ainda sim, pelos preços mais em conta que os aplicados no mercado, o leilão surge como uma opção bastante atrativa, que aparenta ser perfeita, mas que requer atenção.

Segundo dados do Coliseum (empresa especializada na comercialização de carros arrematados) em Pernambuco, cerca de 1 mil veículos são arrematados através de leilão por mês. No entanto, 70%  desse total corresponde a venda de motocicletas. O advogado especialista em leilão judicial da Antonio Braz e Vanya Maia Advogados Associados no Recife, Flávius Valões, explica que a modalidade possui as suas vantagens e desvantagens. “O benefício principal é a chance que o consumidor tem de adquirir um veículo 30% mais em conta em relação à cifra praticada na tabela Fipe. Já a desvantagem pode ser a aquisição de um bem que não superou as expectativas do comprador”, completa.

Existem quatro tipos de leilões: os judiciais, de seguradoras, de bancos e de financeiras. Flávius relata que um problema bastante comum nas negociações de leilão é quanto à entrega das documentações no prazo correto, e, por isso, a importância de se atentar aos termos acordados. “O edital do leilão consta todos os regimentos que compõem o acordo, incluindo as datas previstas para o cumprimento de todos os prazos”, ressalta.
Ideal é ir acompanhado por um mecânico para a visita (foto: Coliseum / Divulgação )
Ideal é ir acompanhado por um mecânico para a visita (foto: Coliseum / Divulgação )

No edital, é obrigatório que o leiloeiro especifique minuciosamente alguns detalhes do veículo que será leiloado como status da documentação, se o veículo tem chassi remarcado, se quem assumirá os débitos será o banco ou o arrematante, ou se o mesmo encontra-se em estado de sucata. “Caso o leiloeiro não cumpra com o que está estabelecido no edital, deve-se recorrer no Judiciário a entrega dos papéis ou a desfeita do acordo, de modo que o dinheiro pago seja ressarcido”, alerta Flávius.

Infelizmente, na modalidade de leilão, não é permitido fazer test drive nos carros. Por último, mas não menos importante, o advogado enfatiza que algumas medidas podem ser tomadas a fim de evitar possíveis dores de cabeça. “Atente-se quanto ao valor para investir. Leia com bastante atenção o edital para saber qual o percentual está sendo cobrado pelo leiloeiro. Se possível, leve um profissional habilitado para realizar a visita com você. Às vezes, pequenas atitudes fazem com que você não compre gato por lebre”, finaliza.
 
 
Saiba mais: 

  •   Leia o edital por completo;
  •  Analise detalhes como lataria, pintura e pneus;
  •  Somente adquira um automóvel que atenda às suas expectativas;
  •  Participe da vistoria com um profissional habilitado;
  •  Atente-se quanto ao percentual que o leiloeiro está cobrando;
  •  Veja se o chassi é remarcado;
  •  Anote os detalhes do lote;
  •  Cheque o prazo de entrega dos documentos no edital;
  •  Faça uma pesquisa de mercado;
  •  Consulte os dados do veículo junto ao Detran. 

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