Quem acompanha a evolução dos carros da Toyota sabe que os japoneses são bem conservadores no que diz respeito à mudança do visual de seus automóveis. Não espere que um Toyota mude radicalmente em um intervalo menor do que 10 anos. Essa pode ser uma tendência, mas não é uma regra. Depois do que aconteceu com o Prius pode-se dizer que os japoneses também sabem fazer desenhos ousados na prancheta.
É verdade que o Prius é um dos maiores “ímãs de olhares” que testamos recentemente. Ver o modelo da Toyota na rua e não virar o pescoço para acompanhar sua passagem é quase impossível. Seja pela curiosidade em saber que carro é aquele, como também para apreciar (ou estranhar) suas linhas ousadas.
O que a Toyota fez com o Prius é visto como exagero por muita gente. Muitos vincos, curvas, quinas e vidro. Mas não se pode negar que o resultado é original e permite que o automóvel se diferencie de tudo que está na rua.
Já no quesito tecnologia não há o que se discutir ou discordar. O sistema de propulsão duplamente alimentado por gasolina e energia elétrica não deixa muita brecha para críticas.
É no silêncio absoluta que o Prius dá seus primeiros passos. Não fosse o indicador que o carro está ligado (ready) no painel de instrumento seria impossível detectar se a partida foi dada. Isso porque o carro começa a andar com o auxílio exclusivo do motor elétrico até chegar aos 50 km/h. Somente a partir daí o motor 1.8 VVT-i a gasolina de 98 cv e 14,2 kgfm passa a trabalhar em conjunto.
Quem determina qual será a forma de propulsão principal (motor à combustão ou baterias) é o motorista. Os conjuntos mecânico e elétrico se revezam dependendo da solicitação do acelerador e do modo de condução selecionado pelo motorista através de um botão no console.
O interior do Prius tem muitos pontos fortes. O acabamento é impecável; o painel de instrumentos no centro do console é todo digital e de fácil compreensão dos dados; a central multimídia é intuitiva e de simples utilização; e o sistema de som com a assinatura da JBS é impecável. E o que dizer do carregador de celular sem fio? Basta colocar o celular sobre determinado lugar no console e o aparelho começa a carregar.
São muitos benefícios que se somam ao principal, que é a eficiência. É fácil rodar mais de 800 km com o pequeno tanque de 43 litros até mesmo na cidade. Basta ter moderação no acelerador e deixar que o sistema recarregue as baterias com ajuda do motor ou usando a frenagem regenerativa.
Se o visual “exótico” lhe atrai e o valor cobrado pela Toyota não é problema, o Prius deve entrar na lista de compra de quem busca um sedã diferentão.
Sobriedade passa longe do japonês híbrido
Na frente, atrás ou no interior: a ousadia dos designer da Toyota está por todo lado. A traseira é, de fato, o lado mais polêmico do desenho, mas a tampa de vidro do porta-malas ajuda bastante na visibilidade do motorista.