Que os brasileiros pagam mais caro pelos carros que dirigem se comparados com outros países pelo mundo isso não é novidade. O tal “custo Brasil” é capaz de transformar nossos automóveis de entrada em máquinas com valores equivalentes a de esportivos na Europa ou nos Estados Unidos, por exemplo. Se já não bastasse essa discrepância - que em parte é causada pela carga tributária - as montadoras agora estão indo além, criando versões topo de linha recheadas de equipamentos, mas com preço de modelos de patamares superiores. Só o mercado vai dizer se essa estratégia é uma boa solução para aumentar as vendas. Separamos alguns modelos que são exemplos desse novo cenário. Confira!
Strada Adventure
Líder há 14 anos no segmento de picapes pequenas, a Fiat Strada na linha 2016 tem uma das maiores disparidades de preço entre suas tantas versões. Enquanto o modelo de entrada parte dos R$ 44 mil, a topo Adventure cabine dupla pode passar dos R$ 70 mil se equipada com todos os itens disponíveis, como a terceira porta, extensor de caçamba e teto solar. O mais chocante é que o preço se aproxima da Toro, a nova sensação da Fiat, que
pertence a outra categoria
e é comercializada com
uma versão de entrada
de R$ 77.800.
Peugeot 208 GT
A Peugeot entrou na onda dos 3 cilindros com a linha 2017 reestilizada do 208. Mas tem uma diferença importante: a montadora francesa alimentou o leãozinho com um motor 1.2 litro de 90 cv de potência (etanol) e 84 cv com gasolina. Contudo, a nova versão pode partir dos R$ 49 mil e chegar a incríveis R$ 80.290. Claro que, nesse caso, não se trata apenas de equipamentos de conforto ou design. Essa versão com preço de hatch médio é equipada com nada
menos que um motor THP de 173 cv de potência.
Palio Sporting
Depois de fechar 2014 como o carro mais vendido do Brasil, o Palio vem enfrentando uma lenta decadência. Hoje, é apenas o quinto colocado, mesmo somando-se as versões Palio Fire, com carroceria antiga. Uma das razões pode estar no preço alto demais para um modelo que há tempo não recebe atualizações. A versão Sporting tem valor inicial de R$ 53.410 e se for acrescentado câmbio automatizado, alarme, kit high tech, teto solar, airbags laterais, pintura metálica entre outros itens, o modelo chega a custar R$ 68.670.
Civic Touring
Quase R$ 40 mil! Essa é a “distância” entre o novo Civic de entrada, o Sport com motor 2.0 de 155 cv que parte de R$ 87.900, para o topo de linha Touring, puxado pelo novo propulsor da Honda, o 1.5 turbinado de 173 cv e que pode ser levado por assustadores R$ 124.900. Mesmo sendo recheado de tecnologia, o japonês agora vai ter que brigar com a turma premium.
Fiesta Ecoboost
O novo motor 1.0 Ecoboost que acompanha a linha 2017 do Fiesta acelera de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos. Mas essa potência talvez não seja suficiente para convencer alguém a gastar R$ 71.990 na versão topo, a Titanium Plus. Preço de R$ 2 mil a mais comparado ao Fiesta 1.6 de mesma potência. E o mais assustador: com menos de
R$ 1 mil é possível levar para casa o Focus de entrada.
Kia Soul
A segunda geração do Soul tornou o modelo muito mais caro e fez suas vendas desabarem. Isso, porém, tem relação com as cotas determinadas pelo Inovar-Auto, que limitam a Kia a importar 4.800 veículos por ano sem os 30% de IPI. Dessa forma, o modelo é vendido com valor único
de R$ 93.900. Antes, era possível comprar na casa dos R$ 60 mil.
Honda City
A própria Honda explica que a versão topo de linha do City mira nas versões de entrada dos sedãs médios. O problema é que mesmo assim ele parece caro demais. Um Corolla GLi, por exemplo, tem preço de tabela quase R$ 10.000 abaixo do City EXL. O preço do sedã da Honda na versão topo é de R$ 79.800. Aí fica a dúvida: levar um City mais caro ou gastar cerca de R$ 8 mil a mais no novíssimo Civic 2017?