São Carlos (SP) – A nova geração do Porsche 718 Boxster remete a uma pegada esportiva essencialmente jovem e carregada de emoções de dentro para fora da cabine. Um automóvel que nasce para se tornar perpétuo. Para os puristas, a falta do ronco sedutor do escapamento (de ponteira dupla no S) característica do motor aspirado, agora substituído pelo boxer turbo 2.0 de 300 cv ou no 2.5 no topo S continuará fazendo falta. Mas reuni aqui outros elementos que poderão surpreender.
Acredito que Porsche tem que fazer “barulho”. Tem que provocar os tímpanos, mas atenção puristas, o novo Boxster, de uma maneira ou de outra mais silenciosa, vai empolgar. Basta optar pelo 2.5 de 350 cv e customizá-lo. A partir daí a onda turbo vai dizer para que veio em eficiência e performance. Propulsores menores e valentes.
Os preços são vibrantes: R$ 368 mil e R$ 466 mil determinando a faixa de mercado e aposta entre os modelos que permitem a abertura e o fechamento de capota na precisão dos 20 segundos. O 718 é o tipo dois em um dos sonhos de muitos marmanjos.
Como minha missão é dirigir sonhos e continuar sonhando depois, pilotamos as duas versões do Porsche para diagnosticar as propostas: a primeira é conectada ao passeio do sábado, aos longos percursos pelas estradas sem qualquer preocupação com alta performance. Isso não significa que o 2.0 de 300 cv e 380 Nm não seja assanhado. É sim. E justo para seu tamanho.
Em comparação à geração anterior, o carro ganhou 35% a mais de potência e 13% de economia de combustível. O Boxster acelera de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos e atinge os 275 km/h de máxima. Já o Boxster S vai até os 100 km/h em 4,4 segundos e chega a 285 km/h. Cheguei perto na reta e delirei aos 250 Km/h.
Mas como seria a melhor escolha? Claro que pela segunda opção, o 2.5 de 420 Nm com geometria variável das turbinas e de série com o grito pela liberdade na posição do teto recolhido e fortes emoções de retomadas energizadas pelo câmbio PDK de sete marchas, que permite trocas sequenciais feitas pelas borboletas atrás do volante.
Nele você pode optar pelo pacote Sport Chrono com ajuste do modo de condução e comportamento do veículo (apele para o Sport Plus). Nesse caso faça de vez em quando o Launch Control, pisando firme com o pé esquerdo no freio e acelere ao máximo, solte o carro e veja a fé... Pode sorrir depois. A sensação é de prazer.
O chassi tem um acerto e tanto, sem vibrações. A suspensão rebaixada em 20 mm trabalha em sintonia com seus impulsos e quanto a frenagem, na pista, auxilia na parada com precisão para quem desperta aos 230 km/h e deve chegar perto dos 100 Km/h na próxima curva.
O 718 é uma escultura. Na frente, faróis bixenônio com opção de luzes de LED. Na traseira, novas lanternas e um design da tampa da mala belíssimo. As laterais exibem um toque de elegância com as entradas de ar e retrovisores redesenhados. A rodagem aro 19 ficou bacana. A aro 20 melhor ainda. As rodas traseiras são alargadas em meia polegada por isso veja como o carro é cheio.
Na cabine, um painel rico em design, os bancos em couro são do tipo abraço, com ajuste elétrico, e a central multimídia de sete polegadas touch com GPS e Apple Carplay. O volante inspirado no 918 Spyder é atração do cock pit. O alemão tem também sensor de estacionamento traseiro, de chuva, ar-condicionado de duas zonas e retrovisor antiofuscante. A direção GT de raio menor é opcional. Bolsas infláveis e controle de tração, estabilidade e frenagem nem se fala.