Além do badalado mercado dos SUVs, o de picapes é um dos pilares da indústria automotiva. Nos últimos cinco anos, o segmento cresceu
30% no Brasil. Em 2015 a expansão foi de 4,5% e este ano, no primeiro trimestre, foi de 5,3%. Para tanto, quase todas as grandes montadoras têm um modelo no segmento e não param de investir, atualizar e modificar os seus modelos. A tradição fica resguardada pelas norte-americanas Ford Ranger e Chevrolet S10. Recentemente renovadas, as duas vendem muito. A japonesa L200 é confiável. A Nissan Frontier é conhecida como a melhor em habitabilidade, performance e confiabilidade. A Hilux esbanja robustez, mudou e melhorou nos seus pontos falhos, a exemplo da suspensão traseira, que era instável quando sem carga. A aposta da Volkswagen, a Amarok, pode até ser tocada como carro de passeio. Mas agora é a vez da Mercedes-Benz, Peugeot e da Renault anunciar e mostrar mudanças. Confira algumas delas!
Lá da Argentina
A Peugeot vai voltar a produzir picapes médias, desta vez, na Argentina. Depois de atuar no passado com o Peugeot 504, a montadora tem a intenção de voltar ao segmento desde abril, quando revelou seus planos nesse sentido. Mas, só este mês a PSA assinalou, em comunicado oficial, que vai colocar em prática a ideia. O presidente da montadora na América Latina, Carlos Tavares, informou que será criado um departamento de veículos utilitários para o continente, com o intuito de projetar oito novos modelos. Um deles seria uma picape média com capacidade para uma tonelada de carga. O comunicado não informou sobre motorização e parte técnica do veículo. Segundo informações, a picape será produzida na Argentina atendendo o mercado local, mas também exportada para os mercados vizinhos, principalmente o Brasil. Ainda não houve revelações de preços, versões e previsão de vendas.
Gigante a caminho do Brasil
Foi na Colômbia que a Renault mostrou pela primeira vez a versão final de produção de sua nova picape média, que se chamará Alaskan. Antes de chegar ao Brasil, em 2018, a picape será vendida já neste ano no país onde foi apresentada e, depois, na Argentina, no ano que vem.
Inicialmente, o modelo será importado do México. Primeira picape da marca com capacidade para levar 1 tonelada, a Alaskan terá motores 2.3 e 2.5 diesel de 4 cilindros, herdado da van Master, e câmbio manual ou automático. Até o ano passado, a Renault não tinha nenhuma picape no portfólio. A primeira foi a Duster Oroch, lançada no final de 2015 no Brasil. A montadora ainda não detalhou quais serão as versões, mas adianta que haverá mais de um tipo de cabine e caçamba maior e menor. A distância em relação ao solo será de 23 centímetros. A picape terá suspensão do tipo multilink de 5 braços, assistente de partida em rampa e de descida e será oferecida com opção de tração 4x2, 4x4 e 4x4 reduzida. Além disso, haverá câmera 360 graus. Ela deverá ser uma das atrações da montadora no Salão de São Paulo, em novembro próximo.
Com estilo alemão
No começo do ano, a Mercedes-Benz anunciou que produziria um modelo para o segmento. Chamado de GLT, o utilitário tem previsão de lançamento entre final de 2018 e começo de 2019. Contudo, na semana passada, uma possível mula do veículo foi flagrada. O novo projeto da empresa conta com o objetivo de produzir uma picape com capacidade de uma tonelada.
O andamento da produção se dará através de uma parceria técnica com a Nissan. A picape irá partilhar muito do seu hardware com a montadora japonesa, incluindo o seu chassi, eixo e estrutura. O GLT também terá um interior sob medida e sua própria gama de motores e caixas de velocidades, deve incluir um motor movido a gasolina e a diesel de quatro e seis cilindros, manual e de sete velocidades de seis velocidade.
O utilitário será oferecido em mercados na Europa, Austrália, África do Sul e América do Sul, e está previsto para ser construído na Europa e na Argentina.
Oroch ganha versão automática
A Renault também revelou que haverá mudanças na linha 2017 da Duster e Oroch. Todas as versões 2.0 16V dos carros passaram a ser equipadas com direção eletro-hidráulica e no caso da picape, câmbio automático como opcional. A mudança dos motores promete uma melhora na eficiência, mas com os mesmos números de potência e torque. A montadora francesa aplicou o sistema ESM de regeneração de energia que funciona durante a desaceleração do carro, quando o motorista retira o pé do acelerador. Nesse momento, o alternador automaticamente passa a recuperar energia e enviá-la para a bateria. A direção eletro-hidráulica promete redução de 2% no consumo.
Os dois modelos sairão com transmissão de quatro velocidades. O câmbio automático finalmente chega às versões 2.0 16V da picape Duster Oroch. Em termos de ergonomia, os modelos eliminaram os comandos dos retrovisores elétricos abaixo do freio de estacionamento, que agora ficam posicionados na porta do motorista.