Estado de Minas PÉ AFIADO E CONSUMO EM BAIXA

Mineiros disputam campeonato de Baja com foco na redução do consumo

A redução do gasto com combustível, apesar da melhora no desempenho, é um dos focos de estudantes que participam de competição de engenharia em São Paulo a partir de amanhã


postado em 05/03/2015 08:26 / atualizado em 05/03/2015 09:22

Equipe da UFMG configurou sistema de transmissão CVT para reduzir consumo(foto: Diogo Viana/Divulgação)
Equipe da UFMG configurou sistema de transmissão CVT para reduzir consumo (foto: Diogo Viana/Divulgação)

Em tempos de busca por eficiência energética, tudo é válido para garantir um bom desempenho, porém aliado à redução do consumo de combustível. O tema está na pauta de pelo menos três das equipes de estudantes de engenharia que representam Minas Gerais na 21ª competição nacional Baja SAE Brasil-Petrobras, desta quinta a domingo, em Piracicaba (SP). O evento é realizado todos os anos em etapas regionais, nacional e internacional pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil) e busca estimular o aprendizado, o trabalho em equipe e a busca por inovação como forma de avaliar e estimular a formação dos novos engenheiros. E uma peculiaridade entre equipes mineiras, este ano, foi trazer um conceito do regional Sudeste, que é realizado no estado, para o campeonato nacional: a busca pela economia de combustível.

“Desde 2013, a prova do enduro na etapa regional não pode ter abastecimento. Por isso, um dos nossos objetivos foi reduzir o consumo, mesmo isso não sendo exigido na nacional”, diz o capitão da equipe Baja UFMG, Ricardo Santos, da Universidade Federal de Minas Gerais, campeã na etapa Sudeste do ano passado, depois de superar uma quebra e colocação ruim (11º lugar) na nacional. Como o motor é padrão, a gasolina (de 10,14cv), e não pode ser mexido, a solução foi mudar o sistema de transmissão. “Configuramos o câmbio CVT, que é de transmissão contínua, para proporcionar todo o torque exigido na prova, porém com menor consumo”, conta o estudante. A mudança deu certo e a equipe conseguiu, na etapa regional, andar as três horas determinadas para o enduro e ainda sobrou combustível no tanque de 3,8 litros. A equipe da UFMG também leva uma novidade tecnológica: um dispositivo móvel, espécie de celular, que ficará com a equipe nos boxes recebendo informações do piloto, por radiofrequência, durante o enduro. “Funciona mais ou menos como a telemetria, mas a vantagem é que não é preciso um computador para ver os dados. Ganhamos em praticidade e mobilidade”, afirma.

Novo projeto de estudantes de São João del-Rei deixou veículo mais leve e econômico(foto: Equipe Komiketo/Divulgação)
Novo projeto de estudantes de São João del-Rei deixou veículo mais leve e econômico (foto: Equipe Komiketo/Divulgação)


Com um tanque de cerca de três litros, a equipe Komiketo, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), também aperfeiçoou o projeto e conseguiu fazer 30km/l no teste. A equipe, que ficou em sétimo lugar no nacional do ano passado, pretende superar esse resultado. Para isso, investiu em um projeto totalmente novo, reduzindo a altura do protótipo, trocando os amortecedores e diminuindo a massa. O resultado foi um veículo mais leve e econômico, conforme o capitão Daniel Oliveira Vargas. “Fizemos modificações no subchassi para o reposicionamento do câmbio CVT, obtendo assim uma melhora da transmissão. E isso deve melhorar o consumo também”, avalia o capitão da equipe Cefast, Lucas Reis Alves, do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG). Lucas está contente com o já divulgado resultado da prova de relatório, que deu à equipe o oitavo lugar nesse quesito. Pontuação que se somará às demais provas da competição. “Queremos recuperar a tradição do Cefet neste evento e voltar a ser fortes. Em Minas, equipes como a da UFMG e de São João del-Rei também vêm mostrando sua força, o que é bom não só para o estado como para todos nós, que temos a oportunidade de trocar experiências”, finaliza.

Saiba mais
FORA DE ESTRADA

Os minibajas são protótipos de estrutura tubular em aço, monopostos, para uso fora de estrada, com quatro ou mais rodas e devem ser capazes de transportar pilotos com até 1,90m de altura, pesando até 113,4kg. Os sistemas de suspensão, transmissão e freios, assim como o próprio chassi, são projetados e construídos pelas equipes, que têm, ainda, a tarefa de buscar patrocínio para viabilizar o projeto. O evento é realizado durante quatro dias, com provas estáticas, dinâmicas e apresentação do projeto, sendo finalizado com o enduro de resistência, em terreno de terra bastante acidentado. Este ano estão inscritas 76 equipes de todo o Brasil, incluindo uma convidada dos Estados Unidos. As três primeiras colocadas representarão o país na etapa internacional, em maio. De Minas, além da UFMG, Cefet e UFSJ, participam grupos das universidades federais de Itajubá (campus Itabira e Itajubá), Ouro Preto, Triângulo Mineiro, Uberlândia, dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Newton Paiva e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais.

(foto: Diogo Viana/Divulgação)
(foto: Diogo Viana/Divulgação)

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