Estado de Minas VOANDO BAIXO DE SALTO ALTO

Equipado com motor 1.5 turbo, novo Honda Civic é um sedã bastante versátil

Principal novidade da 10ª geração do hatch médio, novo motor 1.5 turbo demonstra bom desempenho na cidade e na estrada, sempre com baixo consumo de combustível, mas o preço...


postado em 08/10/2016 09:07 / atualizado em 09/10/2016 14:39

(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
O Honda Civic de 10ª geração é mais um daqueles modelos que chegam para teste e entortam pescoços rua afora, tamanha a expectativa. As novas linhas – com o teto arqueado de cupê, frente larga com capô agressivo, caixas de rodas musculosas e uma traseira complexa que destaca as grandes lanternas em forma de bumerangue – atraíram os olhares até de quem não é muito ligado em carros. Avaliamos a versão topo de linha Touring, por enquanto a única a trazer sob o capô o novo motor 1.5 turbo com injeção direta de combustível. É com essa configuração que a marca pretende peitar até mesmo os modelos premium.

(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)

Entrando na onda do downsize, o motor 1.5 movido a gasolina consegue aliar um ótimo desempenho com baixo consumo, méritos do uso de tecnologias como a turboalimentação e a injeção direta de combustível. É como ter dois carros em um. Quer andar “pianinho” na cidade? Aproveite para ligar o modo econômico, onde a resposta do veículo não é tão vigorosa, e siga o fluxo, que é lento mesmo. Vale registrar que o turbo apresenta boa resposta em baixas rotações. Chegou na rodovia e quer “esticar”? Basta acelerar para o veículo ganhar velocidade rapidamente. Ultrapassagens e retomadas não serão problema.

(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)

Outro trunfo para reunir desempenho e baixo consumo foi a adoção do câmbio CVT, com sete marchas virtuais. O câmbio tem opção de trocas manuais por aletas próximas ao volante e modo esportivo, para esticar mais as marchas. Uma clara evolução em relação às outras gerações do modelo foi a opção pela suspensão traseira tipo multilink, que trouxe mais equilíbrio entre conforto e estabilidade. Melhorou, mas ainda assim manteve a caraterística do Civic de ser um veículo firme. A direção tem assistência elétrica variável, oferecendo pesos e relação adequados para cada situação.

(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)

A BORDO O acabamento é caprichado, com couro nos bancos e volante, além de apliques nos painéis de porta e painel. O plástico usado nas partes mais visíveis é emborrachado, com bom aspecto e agradavel ao toque. No painel e nas portas também há apliques imitando metal. Os tapetes são acarpetados. Característica considerada esportiva, o revestimento das colunas e o forro do teto são pretos. Como o freio de estacionamento é eletrônico, o espaço entre os bancos foi ocupado de uma forma interessante, podendo ser usado para guardar objetos, além de agregar porta-copos e apoio de braço em um compartimento aberto. O painel de instrumentos é de fácil leitura, reunindo em uma tela central o velocímetro digital e o conta-giros “analógico”. Ali é possível configurar qual o tipo de informação (navegação, entretenimento, consumo etc.) vai constar na porção inferior da tela.

(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)

O espaço para as pernas é bom para todos, menos, como sempre, para o passageiro traseiro central, devido ao túnel do assoalho. Porém, a queda acentuada do teto na porção traseira do veículo pode comprometer o conforto de passageiros mais altos. Há apoios de cabeça e cintos de segurança de três pontos para todos. Difusores de ar para o banco traseiro seriam bem-vindos. Os ajustes elétricos do banco do motorista também deveriam ser oferecidos ao passageiro, já que a posição de dirigir é mesmo baixa e não são todos que curtem essa característica esportiva. As tomadas de 12V, USB e HDMI foram colocadas em local de difícil acesso, comprometendo a ergonomia e obrigando o usuário a fazer contorcionismo. O espaço do porta-malas do Civic já foi pequeno, passou a ser razoável e agora está realmente bom, com volume de 519 litros, abrigando também o estepe de emergência.

(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)

CONTEÚDO A versão Touring tem vários itens interessantes. O conjunto ótico dianteiro é todo de LED e fornece uma bela iluminação. O Lane Watch reproduz a imagem de uma câmera instalada no retrovisor direito na tela de 7 polegadas do painel para reduzir os pontos cegos e dar mais segurança nas mudanças de faixa. O sistema é acionado sempre que o motorista liga a seta para a direita, ou quando ele aciona o botão. Falando em imagens, a câmera de ré fornece três pontos de vista para auxiliar nas manobras, uma com ângulo mais aberto, um mais fechado, além de uma tomada de cima para baixo.

 

Outro item exclusivo da versão topo de linha é o teto solar elétrico. O acesso ao interior do veículo e a partida podem ser feitos sem o uso de chave, tendo apenas a presença do chaveiro, que também comanda a função de partida remota do veículo. O que é legal na 10ª geração do Civic, é que os itens de segurança são de série. Assim, desde a versão mais simples estão disponíveis airbags frontais, laterais e de cortina, freios ABS com EBD, controle de tração e estabilidade, sistema de vetorização de torque e Isofix para fixação de assentos infantis.

(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)

CONCORRÊNCIA Qualquer um sabe que o rival histórico do Civic é o Toyota Corolla, que foi sacado do nosso quadro de concorrentes por não ter opção de motor turbo. Trata-se apenas da adoção de um critério técnico, visto que não se compara o desempenho de um veículo turbo com um aspirado, apesar de sabermos que nem sempre o consumidor faz esta distinção. Frente aos concorrentes, a primeira coisa a ser percebida é a discrepância do preço dessa versão de topo (R$ 124.900) frente aos demais. De fato, o novo Civic é um carro com construção moderna, que leva a segurança a sério, mas isso vale também para a versão de entrada Sport, vendida a partir de R$ 87.900 (porém, com câmbio manual e motor aspirado).

 

E outra, quando comparado aos demais concorrentes, que também trazem bons motores turbo, o ponto forte da versão Touring é mesmo a rica oferta de equipamentos. Essa diferença de preço se justifica? O veredito varia de acordo com a expectativa de cada pessoa. Mas cabem algumas considerações a respeito de alguns concorrentes. O preço da versão topo de linha do Chevrolet Cruze é acrescido de R$ 10.460 (totalizando R$ 107.450) quando o modelo está equipado com seu interessante pacote tecnológico. Por R$ 109.050, portanto uns R$ 15 mil a menos que o modelo testado, é possível comprar o VW Jetta equipado com motor 2.0 TSI (turbo) de 211cv, com mais foco no desempenho que na economia de combustível.

 

CONECTIVIDADE O destaque dessa central multimídia é a interação com os smartphones por meio do Apple CarPlay e do Android Auto. Além da telefonia e da reprodução de mídias em streaming, é possível usar aplicativos do aparelho e do próprio sistema, como um navegador (browser) e o buscador do Google. Além de navegar, o GPS também fornece informações de trânsito. As mídias disponíveis são rádio, USB, HDMI e Bluetooth. A tela tátil de 7 polegadas ainda projeta as imagens das câmeras e as informações do ar-condicionado. Fazem falta na interface atalhos para cada função disponível, já que para acessar cada uma delas é necessário voltar ao menu inicial. A velocidade do processamento também poderia ser mais rápida. O volante do veículo traz comandos de áudio, com destaque para o do volume, que pode ser acionado deslizando o dedo.

 

(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)

 

FICHA TÉCNICA

 

MOTOR

Dianteiro, transversal, turbo, quatro cilindros em linha, 1.498cm³ de cilindrada, 16 válvulas, a gasolina, que desenvolve potência de 173cv a 5.500rpm e torques de 22,4kgfm na faixa entre 1.700rpm e 5.500rpm ]

 

TRANSMISSÃO

Tração dianteira, com câmbio automático CVT, com sete velocidades pré-programadas

 

SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS

Dianteira, independente, do tipo McPherson, com buchas hidráulicas; e traseira independente, tipo multibraços, com buchas hidráulicas/de liga leve de 7x17 polegadas/215/50 R17

 

DIREÇÃO

Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica com relação variável

 

FREIOS

A discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS e distribuição eletrônica de frenagem (EBD)

 

CAPACIDADES

Do tanque, 56 litros; e de carga útil (passageiros mais bagagem), 409 quilos

 

 

(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)

 

EQUIPAMENTOS

 

DE SÉRIE

Alarme, freios ABS com EBD, controle eletrônico de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, assistente de dirigibilidade ágil, luzes de frenagem de emergência, airbags frontais, laterais e de cortina, luzes de rodagem diurna, Isofix, câmera de ré com multivisão, câmera para ponto cego (Lane Watch), sensores dianteiros e traseiros de estacionamento, rodas de liga leve de 17 polegadas com acabamento diamantado, conjunto ótico em LED, retrovisores com ajuste e rebatimento elétricos, sensor de chuva, teto solar elétrico, acesso e partida com chave presencial, partida remota, freio de estacionamento eletrônico, controle de cruzeiro, vidros e travas elétricos, volante com regulagem de altura e distância, ar-condicionado digital de dupla zona, para-brisa acústico, retrovisor interno fotocrômico, banco traseiro rebatível 60/40, bancos revestidos em couro, banco do motorista com ajustes elétricos, sistema multimídia e comandos no volante.

 

OPCIONAL

Não tem.

 

QUANTO CUSTA

O Honda Civic 1.5 Touring tem preço sugerido de R$ 124.900.

 

Notas (0 a 10)

Desempenho 9

Espaço interno 8

Porta-malas 8

Suspensão/direção 9

Conforto/ergonomia 7

Itens de série/opcionais 9

Segurança 9

Estilo 9

Consumo 9

Tecnologia 8

Acabamento 8

Custo/benefício 7

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