Estado de Minas

Dia Nacional do Fusca: confira a história e algumas fotos raras do Besouro

Neste 20 de janeiro, Dia Nacional do Fusca, separamos algumas fotos históricas do modelo e recordamos um pouco de sua origem


postado em 20/01/2017 10:59 / atualizado em 20/01/2017 14:37

Veículos pré-série foram apresentados em uma espécie de desfile em 1938 (foto: Volkswagen/Divulgação)
Veículos pré-série foram apresentados em uma espécie de desfile em 1938 (foto: Volkswagen/Divulgação)

(ô\!/ô) Se você for uma pessoa minimamente atenta, percebeu que durante seu deslocamento de hoje que havia (ou haverá, se ainda não saiu de casa) mais Fuscas que o normal na rua. Se der sorte (ou azar, porque também tem gente que não gosta do modelo) vai até “esbarrar” com uma fusqueata por aí. É que hoje, dia 20 de janeiro, é comemorado o Dia Nacional do Fusca, e muitos proprietários do modelo, até aquele que não o tem como carro principal, o levam para dar uma voltinha. A data de hoje não tem qualquer vínculo com a história do modelo, diferente do Dia Mundial do Fusca, comemorado em 22 de junho, dia que, em 1934, foi assinado o contrato entre seu criador Ferdinand Porsche e o Conselho da Indústria Automotiva Alemã (RDA) que deu início ao desenvolvimento do modelo.

Uma das 30 unidades pré-série construídas entre 1936 e 1937 para testes de resistência, repare que não há para-choques e estribos, e a porta abre para trás(foto: Volkswagen/Divulgação)
Uma das 30 unidades pré-série construídas entre 1936 e 1937 para testes de resistência, repare que não há para-choques e estribos, e a porta abre para trás (foto: Volkswagen/Divulgação)

Uma das 30 unidades pré-série construídas entre 1936 e 1937 para testes de resistência, repare que não há vidro traseiro, para-choques e estribos(foto: Volkswagen/Divulgação)
Uma das 30 unidades pré-série construídas entre 1936 e 1937 para testes de resistência, repare que não há vidro traseiro, para-choques e estribos (foto: Volkswagen/Divulgação)

Este Porsche Tipo 32, feito para a NSU, é de 1933 e é considerado um precursor do Fusca; outro protótipo, o Tipo 12, projetado para a Zündapp, também é considerado um pré-Fusca, porém faltou dinheiro para essas empresas darem continuidade ao projeto (foto: Volkswagen/Divulgação)
Este Porsche Tipo 32, feito para a NSU, é de 1933 e é considerado um precursor do Fusca; outro protótipo, o Tipo 12, projetado para a Zündapp, também é considerado um pré-Fusca, porém faltou dinheiro para essas empresas darem continuidade ao projeto (foto: Volkswagen/Divulgação)

Já no dia 24 de fevereiro de 1936 os três primeiros protótipos do veículo foram apresentados aos membros da RDA em Berlim, incluindo um conversível. De 22 de outubro a 22 de dezembro daquele ano, cada protótipo percorreu 50 mil quilômetros de testes. No ano seguinte foram construídos 30 veículos para serem submetidos a longos testes de resistência, que juntos percorreram 2,4 milhões de quilômetros. Os testes resultaram em aperfeiçoamentos que deram origem à série 38, que agora trazia janela traseira bipartida, estribos e para-choques. A série 38 foi apresentada em três variações: sedã, sedã como teto solar e conversível. O motor já era o boxer, com 986cm³ de cilindrada e 24cv de potência. O veículo pesava 750 quilos.

Durante a Segunda Guerra Mundial o projeto do Fusca deu origem a um veículo anfíbio(foto: Volkswagen/Divulgação)
Durante a Segunda Guerra Mundial o projeto do Fusca deu origem a um veículo anfíbio (foto: Volkswagen/Divulgação)

Durante a Segunda Guerra Mundial o projeto do Fusca deu origem a um veículo anfíbio(foto: Volkswagen/Divulgação)
Durante a Segunda Guerra Mundial o projeto do Fusca deu origem a um veículo anfíbio (foto: Volkswagen/Divulgação)

Durante a Segunda Guerra Mundial o projeto do Fusca deu origem a um veículo anfíbio(foto: Volkswagen/Divulgação)
Durante a Segunda Guerra Mundial o projeto do Fusca deu origem a um veículo anfíbio (foto: Volkswagen/Divulgação)

GUERRA Porém, com o início da Segunda Grande Guerra, o Fusca precisou se alistar nas Forças Armadas alemãs e ir para o combate. O modelo de linhas suaves se transforma em jipes e até veículo anfíbio. Terminada a guerra, com a derrota da Alemanha, em 1945 o governo militar britânico passa administrar a fábrica e ordena a produção de 20 mil sedãs, sendo que em dezembro a produção em série foi iniciada, fechando o ano com 55 veículos construídos.

Milésimo Fusca produzido na Alemanha, em 1946(foto: Volkswagen/Divulgação)
Milésimo Fusca produzido na Alemanha, em 1946 (foto: Volkswagen/Divulgação)
No ano seguinte a fabricação chega a 10 mil modelos e em 1947 os primeiros Fuscas já são exportados para os Países Baixos. Em 1948 já são 25 mil fabricados e, após um ano, o modelo ganha a América, com duas unidades partindo dos Países Baixos. Neste ano já eram mais de 50 mil Fuscas fabricados. Em 1º de junho foi apresentado o modelo-exportação, mais bem acabado que o modelo padrão, e o Cabriolet produzido pela Karmann. Em 1950 passou a ser oferecido o sedã com teto dobrável e em 1951 o modelo já era exportado para 29 países e atinge a produção de 250 mil unidades. Em 1952 o modelo-exportação recebe quebra-vento, transmissão sincronizada e rodas de 15 polegadas. No ano seguinte, mais uma mudança importante, o vidro traseiro deixa de ser bipartido e passa a ser oval e maior.

Acima um conversível 1949; seguido por uma unidade de 1946 construída especialmente para um militar britânico; por fim, modelo conversível fabricado pela Hebmüller(foto: Volkswagen/Divulgação)
Acima um conversível 1949; seguido por uma unidade de 1946 construída especialmente para um militar britânico; por fim, modelo conversível fabricado pela Hebmüller (foto: Volkswagen/Divulgação)

A essa altura o modelo era exportado para 86 países e chegou às 500 mil unidades produzidas. No ano de 1955, quando recebeu lanternas traseiras, o Fusca alcança a marca de 1 milhão de unidades. Em 1957 o modelo ganha vidro traseiro maior e novo painel de instrumentos. Dois anos depois o modelo-exportação já tem motor 1.200cm³ de cilindrada de 34cv, câmbio de 4 marchas e, junto com o modelo padrão, luzes de direção no lugar das setas e porta-malas maior. Em 1965 o modelo standard passa a trazer o motor 1.2 e o de exportação ganha motor 1.3 de 40cv que no ano seguinte já seria oferecido para o Fusca padrão, quando também foi lançada a opção do motor 1.5 de 44cv.

Esse Fusca único, estilo cupê, foi fabricado pela Hebmüller; a empresa, que fabricava as carrocerias conversíveis do modelo, foi destruída por um incêndio, quando esta unidade desapareceu e virou lenda(foto: Volkswagen/Divulgação)
Esse Fusca único, estilo cupê, foi fabricado pela Hebmüller; a empresa, que fabricava as carrocerias conversíveis do modelo, foi destruída por um incêndio, quando esta unidade desapareceu e virou lenda (foto: Volkswagen/Divulgação)

O Fusca conversível foi lançado em 1948, porém a unidade da foto tem chassi número 31, de 1938 (foto: Volkswagen/Divulgação)
O Fusca conversível foi lançado em 1948, porém a unidade da foto tem chassi número 31, de 1938 (foto: Volkswagen/Divulgação)

Em 1967 ele se torna mais seguro, com coluna de direção que não invade o habitáculo em caso de acidente e cintos de três pontos. O modelo passa a ser oferecido com câmbio automático. Já em 1972, a Volkswagen alcança a marca dos 15 milhões de Fuscas produzidos, superando o Ford T. Somente na Alemanha eram cinco fábricas produzindo o modelo: Wolfsburg, Hannover, Kassel, Braunschweig e Emden. A essa altura, com a chegada de novos concorrentes, a marca já vinha considerando a introdução de novos modelos. Em 1974 ele deixa de ser fabricado em Wolfsburge (a matriz) e quatro anos depois a última fábrica da Volkswagen na Alemanha, de Emden, deixa de produzir o modelo. Para atender a demanda europeia restava a fabrica na Bélgica. A nova façanha do modelo foi alcançada no México, em 1981, com a marca de 20 milhões de unidades produzidas. Foi esse país que encerrou a produção do Fusca em 2003.

Fuscas saindo da fábrica da VW Anchieta em 1959, com índice de nacionalização acima de 50% (foto: Volkswagen/Divulgação)
Fuscas saindo da fábrica da VW Anchieta em 1959, com índice de nacionalização acima de 50% (foto: Volkswagen/Divulgação)

No Brasil


O Volkswagen Sedan, nome de batismo do Fusca, começou a ser montado no Brasil em 1950 por uma empresa chamada Brasmotor. Em 1953 a Volkswagen se estabeleceu por aqui e assumiu a montagem do carrinho. Mas o modelo só passou a ser fabricado de fato em terras brasileiras em 1959. A motorização adotada foi a 1.2 litro de 30cv. No ano seguinte as lendárias setas “bananinha” deixaram de ser usadas. E não estranhe se não encontrar o marcador de combustível em modelos anteriores a 1961, ano em que o carro também ganhou novas lanternas.

Em 1963 o Besouro recebeu lavadores automáticos do para brisa. A água saia por uma peça cromada, apelidada de “brucutu”, frequentemente furtada pelos jovens e transformado em um anel. O teto solar foi um opcional oferecido em 1965. O item não fez sucesso porque o veículo ficou sendo popularmente chamado de “Cornowagen”. Houve até quem mandou fechar o teto. Nesse mesmo ano foi lançado uma versão para lá de espartana que ficou conhecida como “pé-de-boi”. Ambas as versões já não estariam à disposição no ano seguinte, o que tornou esses modelos, se originais, bem valorizados por colecionadores.

O motor 1.3 litro, que rendia 38cv, foi inserido em 1967, mesmo ano em que foi adotado o sistema elétrico de 12 volts. Em 1970 o modelo ganhou mais fôlego com a opção do propulsor de 1.5 litro, de 44cv. O Fuscão, como ficou sendo chamado, oferecia como opcional freios a disco nas rodas dianteiras. Por fora o carrinho recebeu leves retoques: lanternas e para choques maiores e saídas de ar no capô traseiro. Por dentro a principal mudança foi o acabamento do painel imitando madeira.

Tração traseira, motor traseiro e pneus finos são algumas das características que permitem passar com o Fusca em locais difíceis(foto: Volkswagen/Divulgação)
Tração traseira, motor traseiro e pneus finos são algumas das características que permitem passar com o Fusca em locais difíceis (foto: Volkswagen/Divulgação)

BIZORRÃO Quem esperava por um desempenho melhor foi atendido em 1974, com a chegada do propulsor 1.6 litro que, com dois carburadores, rendia 54cv. O modelo foi chamado de Bizorrão. Para ganhar mais esportividade, o capô traseiro trazia um adorno de plástico rodas menores (aro 14) e mais largas, como se usava na época. O painel também ganhou novos instrumentos: volante esportivo, conta giros e bancos anatômicos. Com exceção das novas rodas, o traje esportivo não foi oferecido no ano seguinte, mas o motor 1.6 de fato substituiu o 1.5.

Fusca atrelado a um arado é prova de que o modelo é
Fusca atrelado a um arado é prova de que o modelo é "pau pra toda obra" (foto: Volkswagen/Divulgação)

FAFÁ Uma versão mais bem acabada do motor 1.3, chamada 1300 L, foi lançada em 1975. A principal mudança de 1978 foi no bocal do tanque, que foi transferido de dentro do porta malas para a lateral do veículo. Outra mudança, as novas lanterna adotadas em 1979, renderam mais um apelido para o Fusca. Por terem as lanternas maiores, os modelos 1600 e 1300 L eram chamados de Fafá (de Belém), mudança que depois seria aplicada em todas as versões. Em 1980 chegou ao mercado o primeiro Fusca a álcool.

A versão 1300GL , de 1982, estreou um painel mais moderno, feito em plástico e elementos retangulares. Ela trazia como novidade os desembaçadores traseiros, apoios de cabeça e uma borracha protetora no para choque. No ano de 1983 só foram oferecidos aos clientes modelos 1300. Já no ano seguinte foi adotada apenas a nova motorização 1600. Foi também em 1984 que o modelo passou a ser chamado oficialmente de Fusca pela VW.

Teste de colisão frontal com o Fusca 1994(foto: Volkswagen/Divulgação)
Teste de colisão frontal com o Fusca 1994 (foto: Volkswagen/Divulgação)

DOIS FINS Em 1986 o modelo deixou de ser fabricado, voltando ao mercado em 1993 por causa dos benefícios fiscais concedidos aos veículos classificados como populares. Sem mudanças na carroceria e motor, o modelo recebeu apenas algumas atualizações como cinto de três pontos de série, para-brisa laminado, pneus radiais e catalisador. Nessa geração os para choques eram pintados na cor do carro e o escapamento tinha saída simples. Mas em 1996 o modelo subiu de vez no telhado e não foi mais fabricado por aqui.
Quem tem mais de 35 anos de idade se lembra que o modelo era usado como táxi no Brasil, muitas vezes sem o banco do passageiro, para facilitar o acesso(foto: Volkswagen/Divulgação)
Quem tem mais de 35 anos de idade se lembra que o modelo era usado como táxi no Brasil, muitas vezes sem o banco do passageiro, para facilitar o acesso (foto: Volkswagen/Divulgação)

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