Estado de Minas SEGURANÇA

Novas regras tornam blindagem mais cara

O teto solar deve possuir o mesmo nível de proteção do restante do veículo e não poderá mais ser aberto


postado em 14/08/2017 11:03 / atualizado em 14/08/2017 13:32

O teto solar deverá ser
O teto solar deverá ser "fechado" ou trocado por um vidro fixo (foto: Guilherme Verissimo/Esp DP/DA Press)
Blindar carros no Brasil deve ficar mais caro. Uma portaria do Exército Brasileiro determinou novas regras para a blindagem de automóveis no País. Entre as exigências que os proprietários devem cumprir, está a emissão do Certificado de Registro no Exército - que regulamenta a utilização de proteções balísticas e armas de fogo no território brasileiro.

 

Outra novidade é que o reparo dos vidros blindados, prática chamada de "reautoclavagem", não é mais permitida. Para os veículos com teto solar, são exigidas a blindagem no mesmo nível aplicado no restante do carro e a não abertura do acessório. As empresas de blindagem devem informar agora o prazo de validade da proteção.

De acordo com o Exército,  o aumento "exponencial" da demanda pelo serviço - o Brasil está na primeira posição em número de carros blindados no mundo, com aproximadamente 160 mil carros equipados com a proteção - e a necessidade de atualizar a norma, que é de 2002, motivaram as mudanças.

Uma das alterações na norma é sobre o Certificado de Registro (CR), já exigido para as empresas de blindagem. O certificado passará a ser obrigatório também para os donos de carros com essa proteção. No processo para recebimento do CR - que começa a ser retirado com o novo Sistema de Controle de Veículos Blindados e Blindagens Balísticas (Sicovab) - são necessários o preenchimento de formulários, a entrega de documentos e emissão de certidões que comprovem a inexistência de processos na Justiça Federal, Militar e Criminal.

Segundo o Exército, o custo da emissão do certificado é de R$ 100 e o prazo para entrega é de 30 dias. Mas, o processo deve sair bem mais caro para os interessados em blindar seu veículo: com despachantes e empresas envolvidas, o valor pode chegar a R$ 850 (para pessoas físicas) ou R$ 1.250 (pessoas jurídicas). O CR tem validade de três anos, possibilitando aos proprietários blindar mais de um veículo sem ter que refazer todo o processo e pagar novamente por isso. Com o Sicovab, os interessados inserem seus dados no novo sistema, desburocratizando a ação.

As blindadoras passam a ser obrigadas a informar aos clientes o prazo de validade mínima da proteção aplicada. O prazo constará no termo de responsabilidade. Isso porque, como qualquer outro material, a proteção contra armas de fogo vai se degastando e perdendo sua capacidade de defesa. No mercado, existem produtos mais baratos, com durabilidade menor. Com essa exigência, o proprietário saberá o que está levando - uma blindagem de qualidade pode manter o mesmo nível de proteção por até 5 anos.

A portaria determina também a proibição da recuperação de vidros com bolhas ou delaminados ("reautoclavagem") - prática comum no mercado brasileiro. Isso porque com o tempo, os vidros passam por um processo natural que provoca o deslocamento das camadas de blindagem. Esse processo tem como consequência a perda das propriedades de proteção. Segundo a portaria do Exército, qualquer peça que apresentar avaria na blindagem deverá ser substituída.

Além disso, os donos de carros com teto solar deverão se acostumar em perder essa funcionalidade. No documento, o Exército exige que o acessório seja fixo e com mesmo nível de proteção aplicado nas outras partes do veículo. Assim, o acessório deverá ser "fechado" ou  trocado por um vidro blindado fixo. Essa nova regra deve pesar ainda mais no bolso dos proprietários. O preço para blindar o teto solar poderá sair por R$ 7 mil, mais do que o dobro do valor pago antes pela blindagem da peça (de R$ 2,5 mil a 3 mil).

 

 

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