Pode me chamar de tudo, ou melhor, quase porque o WR-V, novo xodó da Honda, não é um SUV. Nem de longe, muito menos de perto. A acertada derivação do Fit, segundo a montadora, é uma aposta de entrada ao primo maior, o HR-V.
Dirigi por aproximados 20 dias o WR-V. Criei uma relação de intimidade com o automóvel que por dentro, em movimento, é um Fit de salto alto. Como assim? Explico. A Honda melhorou o curso da suspensão e trouxe altura para quem senta no baixinho. O WR-V exibe também um corpo atlético na dianteira e uma traseira sem pretenções de ser observada, paquerada.
O frontal é puro equilibro com capô elevado e robustez que sobra para encantar o consumidor nessa pegada. Como fazem todos os carros do andar de cima, crossovers e SUVs geralmente exibem uma frente notória.
Estilo, forma compacta e proposta mecânica ele tem e agrada. Expliquei ao chefe do projeto, Luis Marcelo Kuramoto, Global Project Leader do WR-V, durante o pré-lançamento do carro, que o designer no momento que construiu a frente mandou bem mas quando foi finalizar a traseira esqueceu do que fez na parte da frente do veiculo. O friso cromado e parte das lanternas emprestadas do Fit para o novo modelo não casaram bem na minha opinião.
Por fora realçam as barras de teto elevadas (nada lembra o Fit Twist) e a rodagem aro 16 polegadas. Os faróis na versão mais completa, LXL tem assinatura em LED. Gostei da luz diurna. Os para-choques imprimem a identidade esperada para o carro: imponência.
O WR-V atende a famílias compactas. Pode apostar. O motor 1.5 de 116 cv no Etanol e um cavalo a menos na gasolina é Justo. O câmbio automático do tipo CVT também lembra o Fit.
A suspensão dianteira MacPherson e na traseira eixo de torção é o ponto de destaque do carro que segura a onda de buracos nas ruas. Fabricante garante o reforço para o chassi da base do Fit. O principal adversário é o EcoSport 2018, Creta 1.6 e Captur 1.6, todos na mesma faixa dos R$ 83,4 mil.
A cabine espaçosa, como no primo urbano, e o jogo de cores nas abas dos bancos são atrativos do interior. Esqueça botão de start (uma pena) e paddle shifts (hastes para troca das marchas atrás do volante). O som é oferecido por uma central multimídia com GPS. O porta-malas comporta 363 litros, é razoável. Mas não esqueça daquele jogo modular dos bancos do Fit. O carro vira um furgão e cresce muito. A pergunta é se eu aprovei? Sim. Com ressalva para a traseira e seu design.
Ficha
Com de 2,55 m de entre-eixos, 4 m de comprimento, 1,73 m de largura e 1,6 m de altura, o WR-V tem 17,9 cm de vão livre do solo e os ângulos de ataque e saída de 21º e 33º. São 2,55 m de entre-eixos, 4 m de comprimento. O freio na traseira com tambores não me agradou muito e a Honda também não oferece controle de estabilidade.