Estado de Minas SEGURANÇA

Movimento no mercado de blindados

Aumento nos índices de violência faz com que o segmento cresça em Pernambuco. Blindadoras dobraram a capacidade de produção


postado em 01/03/2017 08:30 / atualizado em 01/03/2017 15:21

DV acredita que o serviço vale o preço da proteção. Preço base de R$ 43 mil (foto: Anderson Freire/Esp. DP)
DV acredita que o serviço vale o preço da proteção. Preço base de R$ 43 mil (foto: Anderson Freire/Esp. DP)
Questões de segurança pública têm preocupado muita gente. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que há mais homicídios no Brasil do que em países em guerra, como a Síria. A crise é nacional, mas trazendo para a nossa realidade, Pernambuco amarga uma fase em que sair na rua é se aventurar. Diante desse cenário, a alta procura por serviço de blindagem de carros colocou o Brasil no topo do pódio de utilização no segmento com 160 mil automóveis preparados.

Na capital pernambucana, com o medo que anda tirando a tranquilidade dos condutores, junto ao aumento dos índices de violência, a demanda pelo serviço tem crescido. Na busca de garantir proteção particular para os usuários, o mercado de blindados do estado está cada vez mais atualizado. A empresa Inbra Blindados trabalha com o nível mais recomendado hoje, IIIA, aprovado pelo Exército. Segundo Ivo Júnior, diretor da empresa, é possível acompanhar todas as etapas do processo de blindagem. “O cliente pode contratar o serviço na concessionária ou vir na Inbra e pode até entrar na fábrica. Todos os carros ficam aqui e sem identificação, asseguramos anonimato”, garante.

 

Veículos chegam a ganhar 180 kg a mais com a blindagem(foto: Julio Jacobina / DP)
Veículos chegam a ganhar 180 kg a mais com a blindagem (foto: Julio Jacobina / DP)
 

 

No Recife, os valores podem variar entre R$ 43 mil a R$ 58 mil. Ainda que o preço não seja dos mais acessíveis, DV (que preferiu não se identificar), de 32 anos, que atua no mercado financeiro, considera que o custo vale a sensação de proteção. “Existem pessoas que saem armadas e dispostas a roubar qualquer coisa. Acabam lhe dando um tiro por nada. É essa a preocupação. Então, vale o preço da tranquilidade”, explica.

O peso da proteção pode trazer problemas nos carros já equipados. Os veículos chegam a ganhar cerca de 180 kg que maltratam motor e podem prejudicar até a potência. Para DV, a maior desvantagem é o desgaste, mas que com a modernização dos componentes, isso tem melhorado. “Tive um sedã, ele sofreu muito com peso, mas em 2008 a tecnologia era completamente diferente. Hoje tenho um Tucson e a blindagem é mais leve”, conclui DV.

 

Diretor da Inbra garante acesso a todas as etapas(foto: Julio Jacobina / DP)
Diretor da Inbra garante acesso a todas as etapas (foto: Julio Jacobina / DP)
 

 

Quanto à garantia, é importante verificar se a montadora pode continuar a cobrir, mesmo depois do procedimento e se a blindadora que você está contratando é a indicada pela marca. Para o diretor da Parvi, Marcelo Silva, é preciso pesquisar para ter certeza antes de assinar qualquer contrato. “Nenhum carro foi projetado para ser blindado. Existe um consenso entre concessionária e montadora, mas cada marca tem a sua política de como tratar o caso, é importante procurar ”, pontua o diretor.

BLINDAGEM
Durante o procedimento feito pela Inbra, o carro passa por algumas etapas. Na primeira, o veículo é desmontado e encara uma vistoria e limpeza. Depois, o processo é iniciado. De acordo com cada projeto, os carros podem receber camadas de aço e aramida, compostos que integram o nível de blindagem utilizado, o IIIA. Por fim, automóvel é todo remontado.

(foto: Arte / DP)
(foto: Arte / DP)

 

 

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação