Estado de Minas TERCEIRA IDADE

Direção supera barreiras da idade

Seja por paixão ou necessidade, idosos continuam na direção, mas precisam renovar a CNH com mais frequência e determinar com bom senso a melhor hora de parar


postado em 13/02/2017 09:30 / atualizado em 13/02/2017 16:26

Dirigir para algumas pessoas é sinônimo de liberdade e autonomia. Mesmo com o peso da idade, muitos condutores não abrem mão de rodar pelas estradas, levando consigo, inclusive, a experiência muito mais apropriada do que os jovens. É certo que, para alguns, as questões físicas e mentais precisam ser reavaliadas. Mas, o que a lei diz? O Código Brasileiro de Trânsito define a idade de 18 anos como o início da permissão para dirigir veículos, mas não coloca uma idade-limite para a aposentadoria de condução.


Com 80 anos, Adalberto Rosendo trabalhou como motorista e não abre mão do volante(foto: Marlon Diego/Divulgação)
Com 80 anos, Adalberto Rosendo trabalhou como motorista e não abre mão do volante (foto: Marlon Diego/Divulgação)
O aposentado Adalberto Rosendo tem 80 anos, trabalhou como motorista durante 30 anos, sendo cinco dirigindo caminhão. “Posso estar irritado em qualquer situação, mas quando pego no volante esqueço de tudo. Também amo a profissão, a gente  conhece pessoas diferentes o tempo todo”, conta. Depois que se aposentou, Adalberto comprou um carro menor e hoje dirige praticamente apenas no bairro onde mora, para resolver questões pessoais. Uma das dificuldades de dirigir é a visão. “Tive que fazer exames e começar a usar óculos para voltar a pegar no volante. Foi difícil parar de dirigir caminhão e aceitar as dificuldades que tinha, mas hoje me esforço para verificar minha saúde. Me sinto privilegiado em continuar dirigindo mesmo com a idade”, conta.


Eulina Coutinho, 78 anos, tem mais segurança na direção quando está acompanhada(foto: Ana Coutinho/Divulgação)
Eulina Coutinho, 78 anos, tem mais segurança na direção quando está acompanhada (foto: Ana Coutinho/Divulgação)
Dona de um Hyundai HB20 e morando sozinha, a aposentada Eulina Coutinho, 78 anos, se sente livre em poder dirigir, porém tem medo da insegurança de andar sem companhia pelas ruas do Recife. “Gosto muito de pegar o carro e sair na hora que quero, mas hoje não posso fazer isso. Sempre que vou dirigir para longe, minha irmã de 66 anos me acompanha, assim me sinto mais segura”, conta Eulina, que nunca teve dificuldade em dirigir. “Nunca tive nenhum problema, pelo contrário, tenho prazer, porém sei dos meus limites”.


A presidente do Conselho Estadual de Trânsito (Cetran/ PE) Simíramis Queiroz afirma que o exame de aptidão física e mental é renovável a cada cinco anos, mas para quem tem mais de 65 anos, o exame passa a ser exigido a cada três anos. “Vale lembrar que o médico examinador pode conceder menos tempo para o vencimento do exame”, destaca.
De acordo com José Montal, médico e presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, é importante que o idoso avalie sua condição física. “O idoso que caminha mais dirige melhor, porque ajuda o desenvolvimento físico e mental do corpo, desenvolve o cognitivo”, comenta. Montal também alerta para o uso de medicações. “O médico assistente deve se informar com o médico responsável por conta dos seus efeitos para o idoso não ficar propenso a riscos na hora de dirigir”, diz.

 

Qual a hora de parar de dirigir? O ideal é a decisão ser tomada com a colaboração da família, médicos e cuidadores para que tanto o idoso, quanto todos aqueles que o amam aproveitem cada passeio.   

 

 

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