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Audi A4: executivo foi promovido

Líder de vendas da marca alemã no mundo, o A4 estava sendo "engolido" pelo A3 sedã, mas agora vem com muito mais recursos e novo patamar


postado em 13/10/2016 14:50 / atualizado em 13/10/2016 15:02

Nova assinatura visual dos faróis deu mais esportividade ao três volumes alemão, que ganhou mais cromados, porém não perdeu a característica de sedã executivo(foto: Bruno Vasconcelos / DP)
Nova assinatura visual dos faróis deu mais esportividade ao três volumes alemão, que ganhou mais cromados, porém não perdeu a característica de sedã executivo (foto: Bruno Vasconcelos / DP)
 

 

A crise que vem massacrando o setor automotivo no Brasil há cerca de dois anos foi menos sentida por algumas montadoras do segmento premium. Muito disso se deve ao lançamento de modelos de “entrada”, como fizeram Mercedes com a nova família Classe A (A200 CLA e GLA) e a Audi, que deu um tiro certeiro ao lançar a carroceria sedã do A3. Isso fez as vendas dessas marcas aumentarem significativamente no país - na contramão da maioria das montadoras, que amargam estoques lotados e concessionárias vazias. O porém dessa estratégia é o que as marcas chamam de “canibalização” de modelos que eram de entrada e que passam ser “devorados” pelas novidades. Na Audi, isso ficou bem claro. O A3 Sedan levou os clientes do A4, uma vez que oferecia versões com motorização, acabamento e equipamentos semelhantes com um preço bem menor. A montadora alemã até demorou para fazer o upgrade no carro que é o mais vendido da marca no mundo, mas agora o novo A4 chegou. E chegou com tudo.

 

Traseira segue sendo o lado mais sóbrio do Audi A4(foto: Bruno Vasconcelos / DP)
Traseira segue sendo o lado mais sóbrio do Audi A4 (foto: Bruno Vasconcelos / DP)
 

 

Para não ficar no limbo entre o A3 e o A5, o A4 subiu de patamar e ficou mais próximo do “irmão maior”. Ganhou mais refinamento no design exterior e, principalmente, muitos equipamentos com tecnologia de ponta. Esse “banho de loja” realmente não deixará mais dúvida entre os clientes sobre qual sedã levar, o A3 ou o A4. Há quem diga que agora será a vez do A4 “roubar” clientes, mas não do irmão menor, e sim do cupê de quatro portas, o A5. A versão que testamos do A4 ainda não está nas lojas. Ela é a topo de linha com todos os equipamentos opcionais disponíveis e o valor deve ficar na casa dos R$ 220 mil.

 

Interior tem acabamento premium e muita tecnologia(foto: Audi / Divulgação)
Interior tem acabamento premium e muita tecnologia (foto: Audi / Divulgação)
 

 

Perfil
O A4 sempre foi referência quando se fala em sedã executivo. A mudança feita pela Audi reforçou esse perfil. Além disso, com a nova assinatura visual dos faróis e da grade frontal, o três volumes ganhou mais esportividade e refinamento, com mais uso de cromados.
Na mecânica, quase tudo igual. O motor segue o 2.0 turbo FSI de 190 cavalos que agora é acoplado a ótima transmissão automatizada de dupla embreagem e sete velocidades. O que não dá para entender é porque a Audi não usa no A4 o mesmo 2.0 litros que puxa a versão topo de linha do A3, que gera 220 cv de potência.

 

(foto: Audi / Divulgação)
(foto: Audi / Divulgação)
 

 

Com quatro modos de condução, é possível domar bem a cavalaria do sedã. Você pode escolher desde uma direção mais eficiente, que privilegia a economia de combustível, até uma mais esportiva, que transforma o A4 numa foguete “bebedor” de gasolina e “liberador” de adrenalina. No modo mais “ecológico”, o sistema start-stop é mais acionado, desligando o motor a cada parada em um congestionamento ou semáforo. Já no modo dinâmico, o motor está sempre alerta e pronto para ser “maltratado”.

 

Atrás também é possível ajustar o ar-condicionado(foto: Audi / Divulgação)
Atrás também é possível ajustar o ar-condicionado (foto: Audi / Divulgação)
 

 

Foi na cabine a verdadeira revolução do A4. Ao entrar no carro, não tem como não se impressionar com o Virtual Cockpit, tecnologia que a Audi lançou no ano passado no TT e que começa a se espalhar por outros modelos, como o A4 e Q7. Todo o espaço do painel de instrumentos é ocupado por uma tela totalmente digital com 12,3 polegadas que mostra as informações mais importantes por meio de gráficos de alta resolução, com grande detalhamento e efeitos sofisticados. É um show à parte, principalmente quando você coloca o mapa do GPS na tela. Não tem videogame que supere esse mimo. É viciante.


Como se o Virtual Cockpit já não fosse suficiente, a Audi ainda colocou uma outra tela, sendo essa de 8,3 polegadas instalada no alto do console central. Uma pena que não é sensível ao toque nem retrátil. Interessante também é o ar-condicionado digital de três zonas. Quem vai no banco de trás tem a possibilidade de escolher a temperatura e a velocidade do vento da saída de ar voltada para assento traseiro. Outro mimo, mas que é vendido como opcional, é o incrível som Bang & Olufsen 3D, que custa cerca de R$ 10 mil, mas que vale cada centavo. Aumente o volume até o máximo e o som não vai distorcer.


Falar de qualidade no acabamento nos carros da Audi chega a ser redundância: é impecável como deve ser um premium alemão.
O A4 tem tudo para voltar a brilhar nas vendas. Não deverá voltar a vender mais do que o A3, mas pelo menos poderá ser apreciado nas ruas. E, se você encontrar um por aí, vale dar uma espiada no interior. O dono não deverá se incomodar.  

 

 

 

 

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