Iracemápolis (SP) - No ano em que comemora 60 anos no Brasil, a Mercedes-Benz inaugurou uma nova fábrica nesta cidade, no interior de São Paulo. Agora, a montadora será a única da indústria automotiva a produzir automóveis, vans, ônibus e caminhões na América Latina. O primeiro automóvel a sair da linha de produção é o Classe C. Após o início da produção do sedã, o SUV GLA também sairá da fábrica em agosto. Neste primeiro momento, a planta foi projetada para uma capacidade anual de 20 mil veículos. Agora são 26 plantas da Mercedes-Benz no mundo. Apesar do conturbado momento econômico, a Mercedes-Benz obteve recorde de vendas no Brasil em 2015. “Acreditamos nas perspectivas de longo prazo do mercado de automóveis no Brasil”, declara Markus Schäfer, do CEO da montadora alemã.
A prova disso foi o investimento de mais de R$ 600 milhões na nova unidade de produção dos automóveis, com expectativa de criar cerca de 750 empregos até o fim de 2016. Outros empregos serão gerados pelos distemistas.
Produtos
Ambos, o Classe C e o GLA, utilizam plataformas diferentes, mas podem desenvolver pelo menos duas famílias, por isso a expectativa de no futuro sair outros modelos, como o Classe A (hatch), CLA (sedã), GLC e GLC Coupé.
A Mercedes passou a ser a única montadora a produzir automóveis, caminhões, ônibus e vans na América Latina. Cerca de 30% da mão de obra são da própria cidade. Colaboradores também foram enviados a outras fábricas da marca no mundo para se familiarizarem com os processos de produção e integrar melhor o conceito global das demais.
A fábrica implantou sistema de produção sustentável, utilizando conceitos e ações voltados à preservação e à redução do consumo de recursos naturais. A planta produz 50% da energia que consome, em um sistema híbrido que utiliza energia elétrica e gás natural. A construção aconteceu em rápidos 12 meses.
Classe A
Na década de 1990, outra fábrica da Mercedes-Benz foi instalada no Brasil, em Minas Gerais. Até então a montadora só produzia ônibus e caminhões no país. A grande aposta da fábrica foi o Classe A, com preço bem abaixo dos importados da marca, cerca de 70% mais barato. Porém, junto com a instalação da fábrica veio a desvalorização do real, acarretando num aumento do preço. Outro fator é que o modelo não agradou aos compradores brasileiros. A produção ficou abaixo dos 10% esperado, até que em 2010 a fábrica foi adaptada para produzir apenas caminhões, deixando os carros de lado. Agora, 17 anos depois, a Mercedes traz mais outra vez uma fábrica de automóveis para o país, dessa vez apostando, a princípio, no Classe C.
*Jornalista viajou a convite da Mercedes-Benz