O fascínio de ter um carro maior, seja uma picape, utilitário ou até uma limousine, exerce sobre muitas pessoas um desejo permanente que esconde um grande problema: o tamanho das vagas das garagens. Antigamente, o comum era um veículo por família, mas hoje a realidade mudou. É possível ter mais de um modelo na garagem, a depender da renda.
A tarefa de estacionar um carro utilizando apenas a área demarcada pela faixa é difícil. O recém-lançado Volvo XC90, por exemplo, não cabe num espaço de 4,2 metros por dois metros (o padrão para vagas na cidade do Recife, de acordo com a Lei Nº 15671) com os seus 4,95 metros de comprimento e 2,98 m de entre-eixos. Os sensores são uma das alternativas na tentativa de auxílio de manobrar o veículo e já são de série em muitos modelos. Populares e com preços acessíveis, os sensores ajudam, mas não fazem milagre quando o espaço é mínimo.
Para o estudante Julio Zoé, dono de uma Honda CR-V, além da dificuldade de estacionar em garagens, é complicado e estressante parar em vias públicas. "Dificilmente a gente acha uma vaga que caiba o carro e quando acha, é distante do lugar que vamos. É chato porque o espaço é sempre pequeno e a pessoa acaba se deslocando para outros lugares", comenta.
Uma das sugestões e soluções para a questão é fazer uso de vagas colaborativas ou até alugar uma para dobrar o tamanho. No caso de um condomínio com as vagas indeterminadas é possível negociar com os vizinhos e até propor um sorteio periódico entre os moradores para ninguém se sentir prejudicado. "O ideal é sempre levar o problema para as reuniões de condomínio e tentar achar uma solução coletivamente", aconselha o advogado especializado em condomínios, Márcio Rachkorsky.
Contudo, a solução deve ser coletiva, para que nenhuma parte se sinta lesada. É importante o diálogo para evitar possíveis transtornos. O industriário Geraldo Correia, dono de uma Frontier, já enfrentou até processo judicial por ocupar a vaga de uma garagem vizinha. "Não tenho espaço pra estacionar o meu carro no condomínio. Tentei entrar em acordo com os vizinhos mas não tive sucesso. Pelo contrário, me pediram para trocar de carro. Ele ficava atravessado em duas vagas e aí enfrentei problemas por isso".
Cabe refletir