Estado de Minas SERVIÇO

Manobrar carros grandes na garagem exige jogo de cintura

Algumas vagas não cabem determinados modelos de grande porte; proprietários não querem abrir mão dos veículos


postado em 05/10/2015 11:28

O fascínio de ter um carro maior, seja uma picape, utilitário ou até uma limousine, exerce sobre muitas pessoas um desejo permanente que esconde um grande problema: o tamanho das vagas das garagens. Antigamente, o comum era um veículo por família, mas hoje a realidade mudou. É possível ter mais de um modelo na garagem, a depender da renda.

 

Recém-lançado, o Volvo XC90 com os seus 4,95 metros de comprimento e 2,98 m de entre-eixos, não cabe no espaço padrão do Recife de 4,2 m por 2 m (foto: Pedro Bicudo/Divulgacao)
Recém-lançado, o Volvo XC90 com os seus 4,95 metros de comprimento e 2,98 m de entre-eixos, não cabe no espaço padrão do Recife de 4,2 m por 2 m (foto: Pedro Bicudo/Divulgacao)
 

 

A tarefa de estacionar um carro utilizando apenas a área demarcada pela faixa é difícil. O recém-lançado Volvo XC90, por exemplo, não cabe num espaço de 4,2 metros por dois metros (o padrão para vagas na cidade do Recife, de acordo com a Lei Nº 15671) com os seus 4,95 metros de comprimento e 2,98 m de entre-eixos. Os sensores são uma das alternativas na tentativa de auxílio de manobrar o veículo e já são de série em muitos modelos. Populares e com preços acessíveis, os sensores ajudam, mas não fazem milagre quando o espaço é mínimo.

Para o estudante Julio Zoé, dono de uma Honda CR-V, além da dificuldade de estacionar em garagens, é complicado e estressante parar em vias públicas. "Dificilmente a gente acha uma vaga que caiba o carro e quando acha, é distante do lugar que vamos. É chato porque o espaço é sempre pequeno e a pessoa acaba se deslocando para outros lugares", comenta.

Uma das sugestões e soluções para a questão é fazer uso de vagas colaborativas ou até alugar uma para dobrar o tamanho. No caso de um condomínio com as vagas indeterminadas é possível negociar com os vizinhos e até propor um sorteio periódico entre os moradores para ninguém se sentir prejudicado. "O ideal é sempre levar o problema para as reuniões de condomínio e tentar achar uma solução coletivamente", aconselha o advogado especializado em condomínios, Márcio Rachkorsky.

 

 

 

Contudo, a solução deve ser coletiva, para que nenhuma parte se sinta lesada. É importante o diálogo para evitar possíveis transtornos. O industriário Geraldo Correia, dono de uma Frontier, já enfrentou até processo judicial por ocupar a vaga de uma garagem vizinha. "Não tenho espaço pra estacionar o meu carro no condomínio. Tentei entrar em acordo com os vizinhos mas não tive sucesso. Pelo contrário, me pediram para trocar de carro. Ele ficava atravessado em duas vagas e aí enfrentei problemas por isso".

Cabe refletir

 Torna-se importante pensar sobre o tamanho do carro antes de bater o martelo. Principalmente se você é um consumidor que utiliza o veículo mais sozinho ou praticamente não usa caçambas (no caso de picapes). As ruas já estão lotadas de carros, além do que o espaço urbano suporta. Apesar dos dez modelos mais vendidos no país serem compactos, a representatividade de veículos de grande porte no ranking de vendas é expressivo e as indústrias não param de investir e vender tais modelos.

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