Estado de Minas TEST-DRIVE

Testamos o Bravo Blackmotion

Não se deixe levar pelo estilo esportivo do novo Bravo Blackmotion. O hatch é mansinho, mansinho


postado em 06/07/2015 14:44

(foto: Bruno Vasconcelos/DP/D.A Press)
(foto: Bruno Vasconcelos/DP/D.A Press)
 

 

Você já deve ter ouvido o ditado popular que diz que “quem vê cara não vê coração”. No mundo automotivo, para alguns carros, uma adaptação dessa expressão seria: “quem vê câmbio não vê emoção”. Ela descreve bem o que acontence na versão Blackmotion do novo Bravo com a transmissão automatizada Dualogic Plus. Por fora e por dentro, o modelo transpira esportividade: belas rodas de 17 polegadas, friso cromado nas entradas de ar, duplo escapamento, além do revestimento interior todo preto, até o teto.

Claro que ninguém compra um Bravo pensando que está levando para a garagem um superesportivo que acelera de 0 a 100 km/h em menos de 5 segundos. A Fiat não está enganando ninguém nesse sentido. O que não casa nada bem com o modelo puxado pelo motor 1.8 de 132 cv de potência é o câmbio Dualogic Plus de cinco velocidades. A transmissão automatizada da Fiat evoluiu bastante se comparada com as primeiras versões e até que caiu bem em outros modelos, como a própria versão Blackmotion - só que do Punto, que é puxado pelo motor 1.6 de 16 válvulas.

Enquanto que no Punto o câmbio conseguiu manter a pegada esportiva da versão, no Bravo, o conjunto mecânico não se entende, gerando uma briga entre motor e transmissão. A impressão é que o propulsor tem mais a oferecer, mas o Dualogic não deixa. E não pense que apertar o botão “S” ao lado da alavanca do câmbio vai dar mais agilidade ao hatch. Ao fazer isso, você verá o ponteiro do conta-giros atingir valores assustadores e o motor gritar como se estivesse levando uma surra. Fica o alerta: não aperte o botão “S”. Vale lembrar que o Bravo tem o mesmo motor da versão flex do Jeep Renegade, portanto, não é se trata de um propulsor fraco. O problema é de casamento.

 

(foto: Bruno Vasconcelos/DP/D.A Press)
(foto: Bruno Vasconcelos/DP/D.A Press)
 

 

Nervoso
Feita a ressalva da quebra de identidade entre visual com o conjunto mecânico, é hora de elogiar o hatch médio da Fiat. A reestilização feita pela montadora italiana deu nova vida ao modelo. E a versão Blackmotion consegue, com poucas mudanças (como adesivos e rodas exclusivas) deixar o hatch ainda mais “invocado”.

Dirigir moderadamente o Bravo é uma experiência tão agradável quanto admirá-lo. A posição do motorista privilegia quem gosta do estilo mais esportivo de direção. Os comandos são todos voltados para quem está no volante, dando a impressão de um cockpit.

A suspensão do Bravo é também um ponto positivo do hatch. Bem equilibrada, fica no meio termo entre esportividade e conforto. O hatch médio encara as curvas como se fosse um compacto rebaixado.

Preço
Depois de alguns pontos positivos, vem agora a parte que mais assusta no Bravo Blackmotion: o preço. Pegando o valor de partida (R$ 68.990), o hatch está dentro da faixa de seus concorrentes. O porém - sempre tem um porém - os acessórios são vendidos a um custo muito alto pela montadora. A versão que testamos, com o câmbio automatizado, kit multimídia e outros mimos, sai por R$ 80.588. Se você acha muito caro, se prepare para pagar mais R$ 5.350 caso queira o completão com teto solar. Se você pensou no Golf ao ver esse preço, não foi o único.

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