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Com motor de 998cm³ de cilindrada, Kawasaki Ninha H2R voa baixo, mas foi feita para circuitos fechados

Esportiva Kawasaki Ninja H2R tem tanta potência em seu motor equipado com compressor que precisa de asas na carenagem para voar baixo, mas tem preço que exige um saldo bancário nas alturas


postado em 06/03/2017 16:44

A posição de pilotagem é típica das superesportivas, mas oferece conforto(foto: Mário Villaescusa/Kawasaki/Divulgação)
A posição de pilotagem é típica das superesportivas, mas oferece conforto (foto: Mário Villaescusa/Kawasaki/Divulgação)
 

O modelo Kawasaki Ninja H2R é tão exclusivo e singular que só pode ser comprado por encomenda, e para ser entregue em pelo menos seis meses, já como modelo 2018. Mesmo assim, para o futuro candidato entrar nessa fila é preciso depositar nada menos que R$ 357 mil para garantir sua produção. Tudo isso sem poder rodar nas ruas e estradas, pois ela não tem farol, retrovisores e setas, além do escape sem catalizador roncar muitos decibéis acima do limite permitido e os pneus serem lisos, para competição. Acelerar, só nas pistas ou em locais fechados, compatíveis com seu desempenho.]

O modelo só pode rodar em circuitos ou locais fechados(foto: Kawasaki/Divulgação)
O modelo só pode rodar em circuitos ou locais fechados (foto: Kawasaki/Divulgação)

Quando foi apresentada no fim de 2014, a Kawasaki H2R assombrou o mundo com suas ousadas soluções de engenharia e proposta de potência e velocidade. O projeto foi desenvolvido em cooperação com outras áreas industriais da marca, incluindo sua divisão aeroespacial, que desenhou uma refinada e angulosa aerodinâmica, dotada de asas e apêndices. Só que, em vez de ajudar a voar, as asas invertidas são necessárias para ajudar a prender o modelo ao chão em altíssima velocidade e proporcionar mais estabilidade, como nos carros de Fórmula 1.

VITAMINA O motor, com a clássica arquitetura de quatro cilindros em linha e 998cm³ de cilindrada, é vitaminado em doses cavalares com a ajuda de um compressor mecânico (supercharger). Generosas tomadas de ar no bico da moto ajudam a comprimir ainda mais o ar que vai para a combustão em altas velocidades. Esse arranjo produz a obscena potência máxima de 326cv a 14.000rpm – que desce para “apenas” 310cv só com o compressor – e um torque de 16,8kgfm a 12.500 rpm, deixando o modelo com mais aceleração do que as motos de competição do Mundial de MotoGP.

A aerodinâmica inclui asas e aletas para segurar a moto no chão(foto: Kawasaki/Divulgação)
A aerodinâmica inclui asas e aletas para segurar a moto no chão (foto: Kawasaki/Divulgação)

Para pilotar este míssil terrestre, a ajuda da eletrônica é fundamental, embora possa ser desligada junto com o juízo. Para arrancar, a esportiva conta com o controle de largada, que a impede de dar um salto mortal para trás quando o manete da embreagem é liberado. Andando, tem ajuda do controle de tração em vários níveis, para se adequar às diferentes situações de aderência, minimizando a tendência da roda traseira patinar nas reacelerações. Tem também o limitador de velocidade final, regulado em cerca de 315km/h, embora tenha fôlego para ultrapassar essa marca sem muita dificuldade.
Painel tem destaque para o conta-giros analógico, mas inclui sofisticada tela digital(foto: Kawasaki/Divulgação)
Painel tem destaque para o conta-giros analógico, mas inclui sofisticada tela digital (foto: Kawasaki/Divulgação)

ANDANDO O banco só tem lugar para o piloto e conta com encosto lombar, que ajuda muito, prendendo o corpo nas alucinantes acelerações. O para-brisa é bem inclinado, para ajudar a vencer a barreira do ar, obrigando o piloto a uma postura igualmente inclinada. Porém, a posição de pilotagem não é desconfortável, permitindo maior intimidade com o modelo e controle da adrenalina. Os pneus lisos, quando aquecidos, convidam a testar novos ângulos nas curvas, mas o cérebro discorda quando lembra do preço e da exclusividade do modelo.

Os pneus são lisos, de competição, para maior aderência nas curvas(foto: Kawasaki/Divulgação)
Os pneus são lisos, de competição, para maior aderência nas curvas (foto: Kawasaki/Divulgação)

Nas retas, o quick shifter permite trocar as marchas sem acionar a embreagem e sem tirar a mão do acelerador, despejando a cavalaria para sentir a aceleração, que parece não ter fim. Na hora de “brecar”, sistema ABS e dois discos na dianteira com 330mm e pinças Brembo radiais monobloco de quatro pistãos. A suspensão dianteira é invertida e a traseira, com único amortecedor, fica ancorada em vigoroso monobraço. Ambas são plenamente reguláveis. O quadro é em treliça, com tubos de aço, e o painel tem destaque para o conta-giros analógico, mas inclui sofisticada tela digital.
O assento só tem lugar para o piloto e conta com encosto lombar(foto: Kawasaki/Divulgação)
O assento só tem lugar para o piloto e conta com encosto lombar (foto: Kawasaki/Divulgação)

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