Estado de Minas DAS RUAS PARA A ESTANTE

Coleções oferecem miniaturas de veículos vendidos no Brasil

Se há algum tempo era difícil encontrar uma miniatura dos veículos que estavam nas ruas do país, atualmente o cenário é outro. Saiba o que existe para colecionar


postado em 25/03/2015 14:14 / atualizado em 24/03/2015 12:33

(foto: Bolha Point/Divulgação)
(foto: Bolha Point/Divulgação)
 


Na década de 1980, se o filho pedisse ao pai uma miniatura do carro da família, mesmo com muita dedicação, seria difícil agradar à criança. Talvez, se esse carro fosse um Fusca, praticamente um carro mundial, a demanda poderia até ser resolvida sem traumas. Mas vá ter outro modelo na garagem... Além de uma ou outra miniatura tosca feita em plástico bolha, monocromático e sem detalhe algum, exigindo muita imaginação da criança para brincar com aquilo, os poucos esforços da indústria em oferecer a esse público um carro que estava nas ruas estava na série Bate e Volta, da Estrela.

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Enquanto existiu, a série reproduziu o Corcel II, o 147 e o Monza hatch, além do Fusquinha, sempre enfeitados de polícia, bombeiros ou ambulância. Esses brinquedos não eram nenhum primor, mas, apesar da função chata de bate/volta, já dava para reconhecer os modelos. O Autorama também chegou a ter um modelo de rua andando na pista, um pequeno Fiat 147 para lá de tunado. Entre os rádio controlados, sem chance de ter modelos nacionais. O sonho de todos morava em carrinhos como o Pegasus, da Estrela, que era a reprodução de um BMW M1.

Hot Wheels Volkswagen SP2 e Brasilia (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Hot Wheels Volkswagen SP2 e Brasilia (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)


A VIRADA Hoje a situação é diferente. Até os populares Hot Wheels já se inspiraram em carros genuinamente brasileiros, como os VW SP2 e Brasília, além do Opala SS e o Dodge Charger nacional. A clássica Matchbox chegou a lançar uma miniatura da VW Saveiro, porém, a marca já não é vendida no Brasil há um bom tempo. “O interesse de ter na coleção os mesmo carros que se vê nas ruas não é crescente só no Brasil. Esses modelos brasileiros foram feitos quando éramos o segundo mercado de Hot Wheels. Agora que o México tomou nossa vice-liderança, eles estão fazendo carros regionais daquele país, como o Mastretta”, explica Douglas Fernandes, do T-Hunted.com.br, um dos principais sites especializados em miniaturas do mundo.


Douglas alerta que muitas vezes esses carrinhos não são brinquedos, quem os compra são colecionadores, pessoas mais velhas. É o caso de algumas séries vendidas em bancas de revista, que trazem uma miniatura e um fascículo que conta sua história. Em 2012, a editora Planeta DeAgostini lançou a série Carros Inesquecíveis do Brasil, com miniaturas brasileiras até certo ponto inusitadas como Del Rey, Gol BX, Chevette, Polara, Uno, Corcel, Gurgel Xavante, Belina, Panorama, Miura, Parati, Monza, Elba, Pampa, Kadett, Omega, Premio, Corsa, Twingo, Niva, Clio, Tempra, além de outras figurinhas carimbadas.

(foto: Divulgação)
(foto: Divulgação)


De acordo com João Fernandes, gerente de marketing da Planeta DeAgostini, a série de carros ainda é um grande sucesso. “Estamos sempre de olho no interesse do cliente , tanto que em nosso site tem um espaço para o visitante sugerir coleções. Agora estamos começando duas coleções que trazem um apelo nostálgico”, conta João, referindo-se à série recém-lançada Veículos de Serviço do Brasil – que traz veículos como a Kombi Escolar, o Veraneio Ambulância, o Fusca da Telesp, o Santana Táxi e a Rural Rádio Patrulha – e também a série Caminhões Brasileiros de Outros Tempos, que chega às bancas em breve com pesados como o Mercedes 1113, da Kibon, uma Scania LBS 85 como caminhão pipa e o Mercedes LP331, das Casas Bahia.

(foto: Divulgação)
(foto: Divulgação)


BOLHAS Depois de ter seu Fusca 67 roubado, nos idos de 1985, o comerciante Antônio Frederico Cavalcanti, que tinha como hobbie o automodelismo, decidiu comprar a bolha (como é chamada a carroceria do carro rádio controlado) de um Fusca para ter como lembrança do “besouro”. Claro que Fred, como é popularmente conhecido, não encontrou a bolha, motivo pelo qual decidiu usar suas habilidades para fazer uma do Fusca 53. Uma não, cinco bolhas, que foram adquiridas por amigos. Logo essas bolhas chegaram nas lojas do ramo e foram surgindo encomendas de outros modelos.


“Certa vez eu estava num encontro de automodelismo e fui abordado por uma pessoa que trabalhava na Volkswagen. Ele queria que eu fizesse umas bolhas do Gol G3 para um evento de lançamento do carro”, conta Fred, que na época teve acesso ao projeto do modelo ainda inédito. Atualmente, já são muitos modelos disponíveis, como Passat TS, todos os derivados do Gol “quadrado” e do G3, Maverick, Golf 95, mas o campeão de vendas é o Opala cupê. Os modelos podem ser adquiridos no site da Art Bolha (www.artbolha.com.br) sem pintura, já que os modelistas gostam de fazer os carros a seu estilo. Fred ainda adiantou seu próximo lançamento, nada menos que a VW Brasilia.

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