Quando a alemã BMW apresentou sua superesportiva S 1000RR em 2009, alterou o padrão do segmento, com o emprego maciço da eletrônica para ajudar na pilotagem e na tarefa de domar os 193cv do motor. Agora lança, já como modelo 2014, a S 1000R, com um R a menos no sobrenome, derivada do modelo-mãe, com motor amansado para “apenas” 162cv e também sem a carenagem integral. A falta da roupa transformou a nova S 1000R em um modelo naked, para ser usada de forma um pouco mais comportada, inclusive no uso cotidiano, mantendo o emprego da eletrônica em larga escala.
MOTOR A demora acabou pegando carona na primeira atualização do modelo, feita em 2012, com modernização em detalhes de estilo, técnica e eletrônica. Se a potência foi reduzida, o torque ficou mais bem distribuído, permitindo uma pilotagem com mais força no motor em giros mais baixos do motor. A potência máxima passou de estratosféricos 193cv a 13.000rpm para 162cv a 11.000rpm, enquanto o torque de 11,42kgfm a 9.250rpm é mais homogêneo, aparecendo em maior quantidade mais cedo. A 7.500rpm, por exemplo, faixa bastante usada, tem 1,02kgfm a mais que o modelo superesportivo da qual é derivada.
O ajuste foi elaborado com pequenas alterações no motor, que, entretanto, conservou uma boa dose de esportividade, impressa no DNA do modelo-mãe. O que não mudou foi o estranho desenho do bloco óptico dianteiro, com um par de faróis assimétricos. Um trapezoidal e outro redondo, formando um conjunto do tipo caolho, ou vesgo. A bolha do para-brisa desapareceu, dando lugar a uma microcarenagem com efeitos aerodinâmicos, que abriga o painel, misturando elementos digitais e analógicos. O conjunto traseiro permaneceu inalterado, com rabeta esbelta e apontando para cima, em uma tendência de estilo entre as esportivas.
ELETRÔNICA A nova S 1000R chega com muita eletrônica embarcada. As suspensões podem ter opcionalmente controle de ajuste automático. Uma espécie de suspensão inteligente, que lê o tipo de piso, interpreta o tipo de tocada do piloto e faz a regulagem instantaneamente, batizada de DDC. Na dianteira, sistema invertido, com tubos de 46mm de diâmetro e 120mm de curso. Na traseira, amortecedor mono, com iguais 120mm de curso. A S 1000R também conta com controles de estabilidade e de tração em dois níveis: road (estrada) e rain (chuva) para pisos escorregadios, que funcionam de forma integrada, além de acelerador eletrônico.
Opcionalmente, os modos de pilotagem podem ser Dynamic e Dynamic Pro, para o piloto extrair toda a performance da motocicleta. O sistema de freios também é eletrônico, com ABS, atuando de forma cirúrgica em conjunto nas duas rodas. Um ABS de pista, que, porém, pode ser desativado. Na dianteira, dois discos de 320mm de diâmetro e na traseira, um de 220mm. Tudo informado no painel, que também tem a luzinha que se acende na hora das trocas de marcha, que pode ser opcionalmente assistida, sem debrear e sem desacelerar. O quadro é em vigas de alumínio e as rodas de liga leve, com 17 polegadas. O modelo vai desembarcar no Brasil, como a mãe RR, mas ainda sem datas e preços definidos.
